Ouvir música melhora seu performance no trabalho

A música é um elemento poderoso para a saúde, o trabalho e a vida. Do estilo romântico ao mais animado, é ela quem dita o tom em vários momentos. Quem dá o clima para o ambiente e para a ocasião. A música é tão poderosa que é capaz de despertar sentimentos, sensações e até mesmo fazer você trabalhar melhor ou viajar no tempo ou nas lembranças.

Ouvir música não é só um entretenimento e uma medida para acalmar e relaxar – ela pode trazer diversos benefícios para a saúde, como alívio de dores, melhora da memória e até mesmo um estímulo para a prática de atividade física.

Além disso, funciona como um “remédio” para vários problemas. Isso acontece porque a música ativa o centro de prazer do cérebro, assim como o sexo e o chocolate, por exemplo.

De acordo com um estudo, desenvolvido por pesquisadores da Universidade McGill, no Canadá, ao ouvirmos uma música da qual gostamos, nosso organismo reage com a liberação de dopamina, um dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer, bem estar, o que muitas vezes faz com que fiquemos mais motivados para alguma tarefa.

Focando no positivo separou os benefícios de ouvir música nas diferentes áreas da vida

1-Produtividade no trabalho

Ouvir música durante o expediente pode sim aumentar a  produtividade, melhorando a capacidade de foco e aumentando a criatividade!

Entretanto, não são todos os gêneros musicais que beneficiam a performance. Alguns gêneros podem até mesmo diminuir o desempenho. Vamos então entender como isso funciona, e qual é o estilo musical que melhor se enquadra no trabalhando que está realizando.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo neuropsicólogo Dr. David Lewis, mesmo ouvindo a diferentes gêneros musicais, 9 em cada 10 participantes tiveram maior desempenho quando estavam ouvindo música.

Para ser mais exato, 81% dos participantes trabalharam com maior eficiência em determinada tarefa quando estavam ouvindo música, e 88% dos participantes tiveram melhor precisão quando estavam ouvindo música.

Além de divertida, a música também ajuda em tarefas que exigem mais foco e concentração. Não é à toa que muitas pessoas gostam de trabalhar ouvindo música. Foto: divulgaçao

O estudo foi realizado com um total de 26 participantes, durante 5 dias seguidos, onde esses precisam desenvolver uma série de atividades, que incluíam correção ortográfica, resolução de equações, problemas matemáticos, passagem de dados para um computador e tarefas que envolviam raciocínio abstrato.

Os participantes realizaram a todas essas tarefas ouvindo a 1 de 4 gêneros musicais selecionados para o experimento, e os resultados foram surpreendentes.

Qual música devo ouvir no trabalho?

Mas não é apenas a música clássica que é capaz de melhorar o desempenho.

– Música Clássica: melhor para lidar com números ou atenção a detalhes

Os participantes tiveram melhor desempenho na resolução de problemas matemáticos ao ouvir música clássica, possuindo performance 12% superior ao grupo que trabalhou em silêncio.

 – Música Pop: melhor para entrada de dados no computador e verificação ortográfica

Os participantes que ouviram música pop durante a entrada de dados completaram essa tarefa 58% mais rápido que participantes que trabalharam em silêncio. A música pop também foi o melhor gênero para realizar verificações ortográfica, e empatou com o gênero dance no aumento de desempenho geral no serviço.

– Música Dance: melhor para revisão e resolução de problemas

O gênero dance foi o campeão em uma ampla gama de tarefas, principalmente nos que envolviam revisão ortográfica, resolução de problemas matemáticos complexos, e tarefas que envolviam o uso de raciocínio abstrato.

De acordo com o estudo, pessoas eram mais criativas e tinham ideias mais originais quando ouviam músicas que achavam positivas do que as pessoas que trabalhavam em silêncio

 – Música Ambiente: melhor na resolução de equações

Bom, se a música pop foi a campeã na velocidade de entrada de dados no computador, a música ambiente apresentou melhor resultados ao analisar a precisão com esses dados foram colocados no computador.

2- Para o corpo: na atividade física

Quando o assunto envolve a prática de atividade física, a música tem um papel importante. Ela pode servir não somente de companhia, mas também como incentivo para tirar qualquer pessoa do sofá.

Segundo o Guia de Atividade Física para a População Brasileira produzida pelo Ministério da Saúde, em ritmo acelerado a música dá o tom da corrida. Dançante, em casa, transforma a sala numa pista de dança. Suave e instrumental, pode ser um convite à meditação.

Tratar a música como aliada pode ser um incentivo a mais para a prática de atividade física traz um sentimento bom de alegria e motivação, deixando a pessoa mais confortável.

Mas não é só uma percepção de quem gosta de ligar uma playlist animada na hora de se mexer. Segundo Pedro Casagrande, que é profissional de educação física e doutor em Ciências do Movimento Humano, o uso da música tem sido amplamente estudado em intervenções psicológicas e terapêuticas para a melhora da saúde, do desempenho esportivo, e em conjunto com a prática de atividades físicas e do exercício físico.

No exercício dentro da academia, por exemplo, a música pode ajudar a ’distrair ‘e a diminuir a sensação de esforço e de cansaço, explica Pedro.

Cada música, uma ocasião. Nas aulas de Fitdance os exercícios aeróbicos executados no ritmo da música aceleram os batimentos cardíacos e a respiração, colaborando para a saúde do sistema cardiorrespiratório e diminuindo o risco de doenças no futuro.

Segundo Yury de Sena Campos, instrutor da academia Smart Fit nas aulas a energia é maravilhosa. “Gosto de passar felicidade, de ver meus alunos sorridentes, dançando e quebrando a sua rotina estressante do dia a dia”.

3- Para a mente

Quem nunca se sentiu feliz ou mais animado ao ouvir uma canção específica? Lembrou de alguém, sentiu saudade ou até mesmo voltou no tempo. A música comove de várias maneiras e isso não é algo que se restringe apenas ao campo do entretenimento. Existem até terapias e tratamentos para doenças tendo a música como aliada.

Ainda no Guia de Atividade Física para a População Brasileira, o Pedro acrescenta que o uso da música também tem sido investigado em muitas áreas e com diferentes grupos de pessoas, até mesmo com doenças graves, para trazer bem-estar psicológico.

Tá nervoso? Solta o play! Ainda de acordo com os pesquisadores da Universidade McGill, as letras das canções ativam a região do cérebro que processa a linguagem, estimula o córtex motor e as memórias do hipocampo ajudando a tirar o foco de um problema que vem lhe deixando estressado

“Durante a pandemia do novo Coronavírus (COVID -19), por exemplo, estudos mostraram que o uso da música auxiliou na redução de sintomas emocionais negativos causados pelos períodos de restrição e isolamento social. A música pode ter efeitos positivos físicos e mentais, nos contextos do esporte, de atividade física e para o bem-estar emocional”, finaliza o especialista.

4- Musicoterapia

Para a ciência, não há dúvidas de que a música tem um impacto nas emoções, no comportamento e, em última análise, até na saúde de cada um de nós. Quando tocamos um instrumento ou ouvimos alguma gravação, diversas áreas do cérebro são instigadas — poucas atividades intelectuais têm um efeito tão amplo.

“Regiões responsáveis por atividade motora, memória, linguagem e sentimentos são recrutadas para interpretar os estímulos sonoros”, destrincha a enfermeira Eliseth Leão, pesquisadora do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, na capital paulista, publicou Veja saúde.

Os trabalhos pioneiros nessa área foram iniciados na psiquiatria e mostraram que as composições têm um papel a cumprir em doenças como a ansiedade e a depressão.

A musicoterapia ganha espaço em outras fases da vida. Ela vem se mostrando um recurso importante após um acidente vascular cerebral (AVC), especialmente nos casos em que o indivíduo desenvolve uma sequela chamada afasia.

Nessas situações, há uma dificuldade em encontrar as palavras para descrever as coisas e se comunicar com os outros. Por meio das canções, essa recuperação se torna mais suave e natural. O mesmo princípio se encaixa em outras doenças, como o Alzheimer e o Parkinson.

A musicoterapia pode promover para os indivíduos com autismo a diminuição do estresse, expressar os sentimentos e se comunicar melhor. Foto: divulgação

Focando no Positivo listou as aplicações terapêuticas da música com maior número de evidências científicas:

Estresse

Tons calmos e alegres aliviam a tensão do dia a dia e aplacam o nervosismo acumulado.

Hipertensão

O coração tende a acompanhar as batidas da música. Se o ritmo for mais lento, a tendência é a pressão cair.

Parkinson

Percussões bem demarcadas ajudam no tremor e na marcha. A musicoterapia é uma boa pedida.

Autismo

Brincar com instrumentos é uma forma de interagir com os outros e estabelecer laços sociais fortes.

AVC

As letras e composições são uma tática para recordar palavras perdidas após um derrame.

Dor

Experimentos viram que a quantidade de analgésicos usados após a cirurgia era menor em quem escutava música.

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