Na luta contra insônia hits sonolentos de astros pop viram opção

A pandemia gerou ansiedade e, com ela, veio a insônia. Desde pequenos ruídos até sons da natureza, a música está sendo usada para acalmar e ajudar pessoas que buscam uma boa noite de sono.

Os apps de celular que ajudam a meditar e dormir viraram um mercado bilionário e agora contratam astros pop para criar versões alongadas de hits e novos hits sonolentos.

Grandes sucessos de estrelas como Ariana Grande e Shawn Mendes se transformam em faixas mais longas com mais de uma hora de duração para gerar um relaxamento no ouvinte.

E agora há playlists dedicadas a isso nos serviços de streaming musicais, como Spotify e Deezer, mostrando a força dessa nova onda que amplia a forma de consumir música.

Músicas no app Calm incluem remixes esticados e sonolentos de Ariana Grande, Katy Perry e outros, e faixas inéditas de artistas como Keith Urban, sempre para relaxar e adormecer

Aplicativos

Um exemplo disso é o Calm, eleito pela Apple como o aplicativo do ano de 2017, que tem o foco em meditação e relaxamento. A empresa expandiu seus negócios contratando artistas para lançarem obras exclusivas e versões mais longas e relaxantes dos hits. Entre eles estão nomes como Katy Perry e Post Malone.

Também lançou remixes longos e calminhos de Ariana Grande (“Breathin’”), Kacey Musgraves (“Golden Hour”), Katy Perry (“Double Rainbow”)” Luis Fonsi (“Sola”), Post Malone (“Circles”) e Shawn Mendes (“Wonder”), todos ainda exclusivos para assinantes do app.

A empresa alemã Endel criou um app com sons comandados por um algoritmo que considera fatores como horário, o local, a temperatura, o uso do aparelho e até seus batimentos cardíacos para escolher a frequência perfeita para te derrubar.

O app da Endel tem músicas criadas pela Grimes. Além de colocar para ninar seu filho com o empresário Elon Musk, o bebê chamado X Æ A-Xii, ela agora também embala o sono dos usuários do Endel.

“Nós coletamos os samples dela, alimentamos o algoritmo e criamos essa versão personalizada”, explica Oleg Stavitsky, fundador da Endel. Para ele, essas “paisagens sonoras”, feitas para dormir, não competem com a música pop comum, para ouvir acordado, mas abrem novas possibilidades.

Uma verdadeira competição bilionária para garantir uma noite tranquila.

Como lucram?

O modelo de negócios é bastante similar. O usuário cria a sua conta e tem acesso a programas de meditação e sons tranquilos. Para ouvir as músicas exclusivas e grandes hits é necessário assinar um pacote mensal ou anual por um valor sugerido. É, basicamente, dessa forma que o mercado musical e os aplicativos de relaxamento estão lucrando com o sono.

Só a Calm, maior empresa do mercado de apps de relaxamento no mundo, é avaliada em mais de US$ 2 bilhões. Junto de outros apps como Headspace e Meditopia, são mais de 65 mil downloads, com uma média de 50 mil novos usuários por dia no mundo.

O Brasil ainda não acordou

No Brasil, a indústria não acordou para esse mercado, mas há canais caseiros no YouTube que chegam a até um bilhão de views.

O maior canal brasileiro do ramo, criado em 2007 só com músicas para relaxar, tem 1,3 bilhão de visualizações e 5,6 milhões de assinantes. O canal tem o nome do seu dono, Cássio Toledo.

No sombrio setor de canais de YouTube de músicas para dormir, é comum o roubo de vídeos: canais simplesmente baixam o conteúdo de outros e republicam. O criador tem que ficar alerta e pedir para o site derrubar os vídeos surrupiados. Há muitos canais sem nome e autoria claros.

O segundo maior canal brasileiro, no entanto, não tem mistério: o criador é um músico experiente, o multi-instrumentista gaúcho Daniel Nodari. Ele também dava aula de ioga e fazia vídeos relaxanteis havia mais de cinco anos quando a pandemia começou. Daniel viu sua audiência disparar.

Faz bem?

Um estudo da Associação Brasileira do Sono, feito com 6.350 brasileiros e divulgado nesta sexta-feira (16/7), indicou que a média de tempo de sono caiu de 7,2 horas para 6,2 horas diárias. A insatisfação quanto à duração e à qualidade do sono subiu de 44,5% para 72,7% dos entrevistados.

Há pesquisas que confirmam e outras que questionam a eficácia da música. O jeito é testar…

Com imformaçao do G1

Fotos: divulgação

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