Economia circular: novos padrões de produção e consumo

Você sabia que a economia circular é um modelo econômico que busca maximizar o uso de recursos e promover o uso eficiente dos recursos naturais por meio da redução, reutilização e reciclagem de materiais? Pois é.

O objetivo é criar um sistema econômico que seja regenerativo e autossustentável, em vez de desperdiçar os recursos finitos.

É vista como uma maneira de enfrentar os desafios ambientais e econômicos, como o aquecimento global, a escassez de recursos e o aumento da poluição do ar e das águas.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) a economia circular é uma proposta de adição e retenção de valor dos recursos, e regeneração do meio ambiente, que busca produzir sem esgotar os recursos naturais, e sem poluir o meio ambiente, consequentemente, preservando o nosso planeta, divulgou

“A economia circular oferece uma oportunidade econômica de US$ 4,5 trilhões reduzindo o desperdício, estimulando a inovação e criando empregos” World Resources Institute, 2021.

Qual é a importância da economia circular?

A economia circular tem importância social pois busca maximizar os recursos e minimizar o impacto ambiental, ao mesmo tempo em que gera empregos e cria novos negócios.

Além disso, ela pode ajudar a reduzir a desigualdade econômica ao oferecer oportunidades para comunidades e empresas de baixa renda. Também pode contribuir para a segurança alimentar, ao usar fontes de alimento e nutrientes de maneira mais eficiente.

Como na economia circular, os materiais são aproveitados em cadeia de forma cíclica e os recursos naturais são valorizados em todas as etapas produtivas, pois o objetivo é reduzir sua extração e ampliar sua disponibilidade.

Com isso, a economia circular tem potencial para reverter danos ambientais como o aquecimento global e a poluição, por exemplo.

A redução de custos e ganho de competitividade, que consequentemente resulta em maior geração de valor, também é uma importante motivação destacada pela CNI.

Novas fontes para investimento, otimização da utilização de matérias-primas, menos desperdício, aumento da geração de empregos, maior eficiência operacional, crescimento econômico, conscientização da população, consumindo com mais cautela e consciência ambiental, e oportunidade para novos negócios e geração de empregos são outras vantagens do modelo circular.

A reutilização criativa (ou upcycling) consiste em pegar restos ou itens aparentemente inúteis e transformá-los em novos produtos. Esta tem sido uma forma comum que empresas têm entrado na dita economia circular que, nada mais é que, o conceito de reduzir insumo na produção de algo novo.

Peças de madeira, contêiners e telhas são apenas alguns dos exemplos de materiais que podem assumir uma nova configuração em projetos de arquitetura. Além de resíduos de construção e demolição, é possível ainda empregar na arquitetura materiais cuja função inicial não está diretamente relacionada à construção civil.

Além de tornar mais sustentável, a economia circular torna os processos mais lucrativos e busca restaurar os recursos físicos e regenerar as funções dos sistemas naturais, trazendo maiores oportunidades econômicas e sociais.

É essencial repensarmos a forma como produzirmos, pois os consumidores já estão atentos nas demandas sustentáveis e dispostos a adquirirem bens de consumo que sejam melhores para o meio ambiente. Ações como estas são boas para os negócios e ainda melhores para o planeta

A economia circular não é uma tendência, mas uma visão do futuro

A economia circular é mais do que uma tendência. É ao mesmo tempo uma visão de futuro e uma abordagem prática, que tem inspirado um grande movimento de transformação da nossa forma de produzir, consumir e habitar o planeta.

De acordo com Jorge Hargrave e Sandra Paulsen técnicos de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a transição para uma economia verde não é uma opção, mas uma tendência da economia mundial.

Seus propulsores são tanto mudanças regulatórias que modificam os preços relativos do uso de recursos (e.g. mercados de carbono), quanto a mudança de atitude dos consumidores – tendência que já se verifica no norte da Europa por exemplo. Desse modo, ela se concretiza não só em termos de necessidades de adaptação a novas regulações, mas também em oportunidades de novos negócios.

Educação é fundamental

O papel da educação também será central – tanto da educação ambiental, quanto do sistema educacional como um todo.

Uma economia verde e novos padrões de produção, distribuição e consumo exigem cidadãos bem formados e informados.

Os setores de alta tecnologia requerem mão de obra qualificada nos diferentes níveis (superior, técnico e profissionalizante) e uma educação básica de qualidade que forme cidadãos conscientes, críticos e com capacidade de resolver problemas.

Da mesma forma, certificação ambiental, e campanhas informativas são políticas essenciais para promover mudanças no comportamento dos agentes econômicos.

Não pode haver sustentabilidade do desenvolvimento econômico sem manutenção, ao longo do tempo, da base de capital a partir da qual a economia produz.

Numa economia verde, os capitais físico, social, humano e natural devem ser preservados para as gerações futuras. Como não há possibilidade de substituição absoluta entre os diferentes tipos de capital, e na medida em que o capital natural passe a representar uma restrição ao crescimento econômico, apenas com progresso técnico adequado e mudanças nos padrões de produção e consumo a economia poderá crescer rumo ao desenvolvimento sustentável.

Cabe agora a governos, empresas e indivíduos traduzirem em ações o conceito de economia verde.

Casa Suspensa / Casa Container Marília. Foto: © Celso Mellani

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