O Sebrae tenta dar o primeiro passo para reposicionar o Brasil como um dos principais players no ecoturismo e no turismo de aventura mundial a partir da realização de pesquisa sobre a potência do segmento na indústria turística brasileira.
A iniciativa, intitulada ECOAR, foi divulgada durante a ABAV 2023, que terminou nessa sexta-feira (29), no Riocentro (RJ). A expectativa é alcançar 10 mil empresários e identificar demandas que ajudem a orientar futuras estratégias e políticas no segmento, apoiando a criação de soluções mais assertivas para o ecoturismo.
“A pesquisa do Sebrae foi feita para mobilizar”, afirmou Ana Clévia Guerreiro, coordenadora de Turismo, Economia Criativa e Artesanato do Sebrae, destacando que o Brasil tem todas as condições para retomar seu lugar de destaque no mercado internacional.
Queremos mobilizar o país e trazer insights valiosos para conseguirmos retomar o nosso espaço. Não é algo que o individual resolva, tem de haver uma mudança de percepção do setor.
Destaque pelos atrativos naturais
Recentemente, a revista Forbes escolheu o Brasil como o melhor país do mundo para o ecoturismo, avaliando biodiversidade, atrativos naturais, parques e a sustentabilidade.
Mesmo que outros países, como Austrália e Nova Zelândia, sejam mais associados ao segmento, nos anos 2000, o Ministério do Turismo e o Sebrae chegaram a ser referências internacionais pelo desenvolvimento de normas de segurança junto à Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo (Abeta). No entanto, o ritmo diminuiu nas últimas décadas.
Diante desse histórico, Ana Clévia explicou a característica específica desse tipo de segmento. “Se toda atividade turística tem a experiência dos clientes como foco, no ecoturismo, essa é uma condição sine qua non.”
Por isso, inclusive, a necessidade de criar protocolos e gerar segurança em todos os processos.
“Precisamos voltar nossa atenção para a segurança e dar visibilidade para as comunidades tradicionais”, acrescentou a coordenadora do Sebrae.
Negócios
Na prática, a pesquisa busca mensurar a representatividade do ecoturismo no total de negócios do turismo nacional, identificando as empresas que atuam no segmento, aferindo a relevância do setor para a categoria, mensurando a geração de empregos e mapeando os principais desafios.
Quase 20% de todos os turistas que visitaram o Brasil entre 2018 e 2020 disseram que vinham ao país por conta do ecoturismo – 1/4 deles está em busca de natureza, ecoturismo ou aventura. Em 2019, o mercado de ecoturismo rendeu US$ 181,1 bilhões no mundo.
Para cidades que apostam no verde
Ao fim da pesquisa, os dados serão analisados e divulgados para os atores do Turismo. Raphael Akamine, analista técnico do Sebrae no Mato Grosso do Sul, detalhou que a pesquisa vai funcionar para cidades que apostam no verde como atrativo para os turistas, como Bonito, uma referência na região.
“A partir dos dados, vamos criar ações voltadas a melhorar o turismo. Com os números, podemos produzir conhecimento e soluções”.
Por fim, Ana Clévia prevê: “Com a pesquisa, cria-se uma rede produtiva que trabalha com o nicho. Assim, vamos amadurecer os atores locais para tornar esse tipo de turismo sustentável a longo prazo”.
AGORA ME DIZ
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