Para nós, venezuelanos, dezembro é sinônimo do aroma inconfundível das ‘Hallacas’. Elas são as estrelas das celebrações natalinas e de Ano Novo. Em todos os lares, independentemente de serem simples ou luxuosos, lá estão elas – as Hallacas – prato típico e essencial nessas comemorações.
O momento mais marcante é o processo de preparo das Hallacas. Especialmente para nós, imigrantes que estamos longe de nossas famílias, essa tradição nos faz reviver memórias e sentimentos.
Com meus filhos Andrés e Diego, já mergulhei cinco vezes na aventura de preparar as Hallacas aqui no Brasil.
Desta vez, em Curitiba, algo muito especial aconteceu: contamos com a valiosa ajuda e participação de três amigos incríveis – Lara Fernanda De Lima, Dixon Mejia e Ronaldo Wenceslau.
Tradição longe de casa
Foi um momento mágico! Eu, meio que assumi o papel da minha avó, compartilhando os segredos e técnicas dessa arte culinária com eles.
O mais incrível foi ver como cada um se envolveu intensamente. Entre uma etapa e outra do processo, tivemos risadas, histórias compartilhadas, e é claro, um vinho para dar o toque de celebração.
Ronaldo, Andrés e Diego cuidaram com dedicação das folhas de bananeira, garantindo a higiene e secagem. Dixon e eu ficamos responsáveis pelo corte dos vegetais, enquanto Lara se destacou como especialista em amarrar as Hallacas.
Enquanto o trabalho acontecia, as gargalhadas ecoavam e a música enchia o ambiente. A Gaita, típica do Natal venezuelano, foi a trilha sonora principal, mas também curtimos forró e bachata.
E claro, houve momentos de dança e cantoria, afinal, a Lara, Dixon e meu filho Andrés são dançarinos excepcionais.
A melhor receita é da minha mãe
A receita da Hallaca é um verdadeiro tesouro das famílias e os filhos costumam dizer: “A melhor Hallaca é da minha mãe”.
O processo começa ao estender delicadamente uma porção da massa de milho sobre uma folha de bananeira. A massa recebe um toque especial, temperada com caldo de frango e pigmentada com páprica, resultando em um sabor delicioso.
Sobre essa camada, é adicionado o recheio, cuidadosamente preparado com carne de boi e porco, vinho tinto, rapadura de açúcar, cheiro-verde, alcaparras, páprica, cebola, cebolinha, pimenta, cominho e pimentão.
Todo esse processo é realizado com carinho e antecedência, permitindo que os sabores se misturem e realcem durante o preparo final.
A mistura é habilmente envolvida nas folhas de bananeira e delicadamente amarrada com barbante, ficando pronta para ser fervida em uma grande panela com água.
É assim que preparamos nossa receita especial, repleta não apenas de sabor, mas também de memórias que nos aquecem o coração.
Construindo memorias
Ronaldo expressou orgulho ao afirmar que ele e Lara prepararam as Hallacas como verdadeiros ‘venezuelanos raiz’.
Sou imensamente grata a eles por tornarem essa jornada muito além do especial.
Manter viva a nossa tradição natalina mesmo longe de casa é uma experiência indescritível! É como trazer um pequeno pedaço do nosso lar e da nossa família para mais perto, ajudando a aliviar a saudade.
Foi como um festim de emoções. Esses momentos compartilhados entre amigos se tornaram, sem dúvida, preciosas memórias que guardaremos com muito carinho
Ahhhhhh….. Que saudade!!!!!!!!! Passei a maior parte dos meus natais no “La Pastora” e lembro eu e meus primos (Um monte) limpando quilos e quilos de folhas de bananeira 🙂 Que saudade do sabor, do cheiro….!!!!!!!!! Daria qualquer coisa por comer uma hallaca de novo. Saí da Venezuela há mais de 25 anos e nunca mais comi hallacas, empanadas ou catalinas. OBRIGADA, foi muito lindo ler e lembrar de tantas e tantas coisas daquela época :,]
Olá Denise, fico muito feliz por trazer essas lembranças maravilhosas para você. Agradecemos seu comentario. Feliz Natal