Você já ouviu falar de roupas virtuais, avatares com roupas grifadas, criptoativos colecionáveis exclusivos, além de peças e itens online de marcas de luxo vendidos por milhares de dólares?
Saiba que tudo isso faz parte do metaverso, a próxima grande aposta da tecnologia.
Mark Zuckerberg anunciou durante evento online no outubro do ano de 2021 que seu holding de empresas que detém Facebook, Instagram, WhatsApp e Oculus Quest mudou de nome. A gigante da tecnologia, uma das marcas mais valiosas do mundo agora se chama “Meta”.
A Microsoft também já revelou que a partir do 2022 vai adicionar elementos do metaverso em seus produtos.
E até a gigante brasileira MagaLu, da visionária Luiza Trajano, vai começar a investir no universo de games como já fez O Boticário.
É innovação e “se as pessoas estão no metaverso, é lá que a moda deve estar”, afirmou Paulo Borges – fundador e idealizador da São Paulo Fashion Week. Na última edição, o SPFW aconteceu em uma versão híbrida do evento e deu muito certo.
Ok, mas o que é o Metaverso?
Zuckerberg o descreveu como um “ambiente virtual” no qual você pode entrar, em vez de olhar para uma tela. Basicamente, é um mundo infinito de comunidades virtuais interconectadas em que as pessoas podem se encontrar, trabalhar e brincar com dispositivos de realidade virtual, óculos de realidade aumentada, aplicativos em smartphones e outros dispositivos.
São espaços virtuais compartilhados em plataformas gamers onde é possível consumir e interagir.
No metaverso, as pessoas poderão fazer compras, assistir a um show virtual, fazer uma viagem online e comprar e experimentar roupas digitais nessa realidade paralela. Os espaços do cotidiano terão sua versão digital, ou seja, os locais (casas, escritórios, salas) serão adaptados a cada um dentro de uma tela, seja de computador ou celular
É como um novo mundo, uma realidade aumentada, expandida, que amplificará a experiência ao vivo ao mesmo tempo no qual permitirá interagir de maneiras diferenciadas e inovadoras. Ou seja, de uma forma resumida, você meio que vai construir “uma nova vida no meio virtual”, construindo uma espécie de “mundo digital”.
Saiba que para o metaverso funcionar, é preciso que exista a interatividade e interconectividade entre os aplicativos e empresas.
E isso, é algo que muitos já vem desenvolvendo, afim de que o lançamento do metaverso do Facebook, seja algo realmente funcional, e possa trazer um novo marco na internet, mas, ainda está em desenvolvimento.
A moda no Metaverso
O guarda-roupa virtual já não é uma super novidade… Marcas como Gucci, Balenciaga, Louis Vuitton, Tommy Hilfiger, Nike, e muitas outras já podem ser encontradas em “skins” de jogos online.
Roblox, Free Fire e Fortnite são os jogos mais populares e onde os jogadores podem comprar roupas para seus avatares de suas grifes favoritas.
Apesar de muitos acharem besteira, um relatório realizado pelo banco Morgan Stanley mostra que 1 a cada 4 jogadores do Roblox, um dos 6 games mais jogados do mundo, mudam seus avatares diariamente.
“Imagem é tudo nas experiências virtuais”, alega um dos analistas. Tem muita gente que investe pesado na aparência de seus personagens.
A Balenciaga também já produziu roupas para o ambiente digital, mas custavam aproximadamente oito dólares.
Um outro exemplo é a bolsa versão digital da Dionysus, da Gucci, que foi vendida no jogo por 4100 dólares, quase 1000 dólares a mais que uma versão material da bolsa.
No SPFW edição N51, o jogo Free Fire invadiu a passarela com um desfile inspirado nas roupas dos personagens do jogo, e foi um dos grandes destaques do evento.
Semana da moda com data marcada
Há um mês, um terreno virtual para eventos digitais de moda foi vendido por mais de R$ 13 milhões no metaverso da Decentraland. Recentemente, a plataforma revelou que vai realizar a primeira semana da moda em um espaço totalmente virtual: a Metaverse Fashion Week.
O evento será realizado entre os dias 24 e 27 março de 2022, com shows, desfiles e experiências imersivas via UNXD, um mercado de luxo digital construído na rede blockchain Polygon.
“Chamando todos os designers, marcas e fashionistas. Decentraland e @UNXD_NFT apresentam a Metaverse Fashion Week. Uma semana de desfiles na passarela, lojas pop-up, after-party e experiências envolventes de 24 a 27 de março de 2022. Tenha suas coleções prontas”, foi publicado no Twitter da Decentraland.
Oportunidade milionária
Há um mês, o time de pesquisa da empresa de gerenciamento de criptomoedas Grayscale disse que existe uma oportunidade milionária no metaverso. Em um relatório, a companhia revela que esse mercado pode alcançar uma receita anual de até US$ 1 trilhão no futuro.
A ideia é que as roupas NFT sigla para non-fungible token), ou tokens não-fungíveis. Os NFTs são criptoativos colecionáveis exclusivos, que podem representar e autenticar qualquer tipo de item, também sejam usadas em personagens dos metaversos, assim, os avatares podem se vestir com estilo.
“Achamos que a compra do Fashion District é como comprar na Quinta Avenida nos anos 1800… ou a criação da Rodeo Drive”, disse o CEO do Metaverse Group, Lorne Sugarman, responsável por comprar terrenos milionários na Decentraland.
Ou seja, um artista, designer, uma personalidade da mídia ou qualquer outra pessoa pode criar um elemento (seja uma obra de arte, uma foto, um vídeo ou um design) que será vendido exclusivamente nesse ambiente digital, que garante a originalidade e autenticidade desse material online.
O designer digital Mike Winkelmann, que atende pelo pseudônimo Beeple, é um dos grandes nomes da ‘criptoarte’ e já vendeu a terceira obra de arte mais cara de um artista vivo a ser vendida em um leilão: a “Everydays: The first 5000 days”.
Apenas uma escultura de Jeff Koons e uma pintura de David Hockney estão na frente.
A diferença, porém, é que essas duas obras foram vendidas por colecionadores, o que significa que Hockney e Koons não ganharam um centavo.
Everydays, em contrapartida, foi consignada pelo próprio Beeple, o que significa que ele receberá os 69 milhões de dólares (9 milhões vão para a Christie’s).
Mercado de luxo em expansão
O relatório de Morgan Stanley prevê que a demanda por marcas de luxo no metaverso chegará a valer 50 milhões de dólares até 2030, e que o valor de mercado das NFTs de luxo deve chegar a 56 bilhões até o mesmo ano.
Isso significa que o investimento em médio prazo da moda no ambiente digital será altamente notável e lucrativo.
Contudo, as negociações já estão a todo vapor: a recente venda de 9 NFTs da Dolce & Gabbana por uma quantia de 6 milhões de dólares representa o começo de um mercado que a grife italiana pretende continuar investindo.
A “Collezione Genesi”, como foi apelidada no ambiente virtual, contou com versões digitais de peças apresentadas no desfile de Alta Moda, além de looks exclusivos, como uma surreal tiara cravejada de pedras que os designers definiram como “não existentes no planeta Terra”.