Agrotóxicos: Entenda os efeitos e como proteger sua saúde

Ali, nas gôndolas do supermercado te esperam os mais variados legumes, verduras, folhas e frutas. Mas você já se perguntou o caminho que esses alimentos fizeram para chegar até ali?

Em 2020 o Brasil bateu, pelo quinto ano consecutivo, o recorde de liberação de agrotóxicos, com 493 substâncias registradas. De 2000 a 2020, foram 4.051 venenos de uso agrícola liberados no país, de acordo com o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento 1. O Brasil também é considerado campeão mundial no uso de agrotóxicos e isso se reflete nos alimentos que levamos para casa. 

A mais recente edição do Programa Nacional de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) – pesquisa nacional feita em vegetais comercializados no varejo nas capitais brasileiras –, divulgada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apresentou dados de 2017-2018.

De acordo com esse estudo, em 51% dos alimentos analisados havia resíduos de agrotóxicos e, desses, 23% estavam em situação de irregularidade, quando é identificada substância proibida no Brasil (caso de agrotóxicos contrabandeados), substância encontrada em alimento no qual não está autorizada a sua aplicação ou limite de resíduos acima do permitido. Também foi identificado que em 2,9% dos casos de irregularidades havia mais de uma inconformidade.

Impacto na saúde

Em linhas gerais, agrotóxicos são substâncias químicas utilizadas nos setores de produção agropecuária, com o objetivo de alterar a composição química tanto da flora quanto da fauna, a fim de preservá-las.

Os impactos dos agrotóxicos podem ser classificados em três grandes grupos de risco. Primeiro, as pessoas que estão expostas aos agrotóxicos no processo de trabalho, principalmente trabalhadores rurais, trabalhadores agrícolas, que estão manuseando os agrotóxicos; trabalhadores que atuam em empresas que estão dedetizando.

Tem a exposição ambiental, quando você está em contato com um ambiente que sofreu a pulverização dos agrotóxicos e você tem, portanto, uma exposição ao ambiente.

Para se ter uma ideia, os trabalhadores rurais, principalmente os pequenos agricultores, mas também quem é empregado de fazenda, muitas vezes utiliza os agrotóxicos no seu processo de trabalho sem proteção ou mesmo com a proteção não consegue garantir a não contaminação. E além do processo de trabalho, ele também está exposto ambientalmente porque mora justamente ao lado da plantação.

E tem a outra forma de exposição que é via alimentos. Os sintomas são diversos: depressão, fraqueza muscular, insônia, alterações hormonais, infertilidade, malformações congênitas, aborto, câncer.

O que fazer?

Alternativas alimentares existem e estão, praticamente, em todas as cidades brasileiras: comida de verdade, produzida sem agrotóxico, sem fertilizantes químicos, comercializada em feiras e lojas de produtos orgânicos ou agroecológicos. E, ao contrário do que se pensa, esses produtos nem sempre são mais caros do que seus similares convencionais. 

Nas feiras da agricultura familiar, onde a comercialização é direta, sem atravessadores, pode-se encontrar alimentos frescos, produzidos localmente, e comumente com preços muito próximos aos comercializados nas feiras convencionais – às vezes até mais baratos.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) elaborou o Mapa das Feiras Orgânicas, que apresenta a localização e informações sobre mais de 490 pontos de comercialização de produtos orgânicos em todas as capitais brasileiras e muitas cidades do interior.

Ao escolhermos alimentos agroecológicos cuidamos da nossa saúde, mas também ajudamos o desenvolvimento de sistemas de produção que promovam a saúde coletiva, a autonomia de agricultores familiares e populações tradicionais, a conservação dos recursos naturais e a justiça social.

Com informação do Agrotóxico Mata

Fotos: divulgação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *