Aposta em cosméticos veganos para uma aparência deslumbrante

Com o aumento da preocupação em manter hábitos saudáveis, cada vez mais as pessoas estão conscientizadas sobre seu papel na preservação do meio ambiente. Até a indústria de beleza vem dando cada vez mais espaço para marcas que investem em cosméticos que não são testados em animais e que usam matérias primas que vêm da natureza.

No entanto, engana-se quem pensa que comprar cosméticos natural é apenas para os adeptos do veganismo. As peles sensíveis e as suas madeixas são as principais beneficiadas pelas composições livres de químicas. 

 O Brasil em quarto na posição de maior mercado consumidor de beleza e cuidados pessoais do mundo, segundo pesquisa do passado da Euromonitor International, segue a tendência mundial de reeducação quando o assunto é beleza sustentável.

Aos poucos, termos como vegano, natural, orgânico e clean beauty vão ganhando espaço no universo de cuidados e maquiagem. “A geração nascida a partir de 1990 está mudando muitos parâmetros da cosmiatria. São pessoas engajadas  conectadas e questionadoras, com um olhar voltado para o coletivo e a saúde do planeta”, conta a consmetóloga e professora Vania Rozan, de São Paulo.

Mesmo com o aumento da oferta destes produtos no mercado, dúvidas ainda rondam cabeça do consumidor.

Para garantir ao consumidor a aquisição de produtos seguros, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) responde pela autorização ou proibição da comercialização dos produtos de higiene, perfumes e cosméticos, mediante a concessão de registro ou notificação.

Outros tipos de selos vêm das certificadoras e, por fim, há ainda toda a sorte de produtos artesanais — sem qualquer tipo de rigor laboratorial. 

O QUE SÃO COSMÉTICOS VEGANOS? 

Com o crescimento de adeptos ao veganismo ao redor do mundo, diversas empresas de beleza desenvolveram linhas de cosméticos veganos. Os produtos não utilizam nenhuma substância de origem animal. Para garantir o efeito desejado da composição, uma série de substituições por itens vegetais ou sintéticos são feitas ao longo do processo de produção. 

Dentro da própria indústria natural existem algumas variações na forma de fabricação dos itens. As divisões costumam despertar confusões em pessoas que não conhecem profundamente o assunto. Por exemplo, enquanto um shampoo vegano não usa derivados de animais, o termo cruelty free, muito usado por marcas famosas, se refere apenas a ausência de testes em animais. 

o maior órgão do nosso corpo é a pele

Para desmistificar alguns dos principais pontos relacionados à sustentabilidade, um time de especialistas  dividem conceitos e opiniões sobre o tema.

Todos os cosméticos veganos são naturais? Mito

Nem sempre. O termo vegano se refere à ausência de ingredientes de origem animal na formulação, como derivados de leite, mel, geleia real e afins. Isso não significa que não terão ingredientes sintéticos ou de origem mineral. “Um xampu pode ser vegano e ainda conter lauryl sulfato de sódio, que é derivado de petróleo. É preciso se atentar ao rótulo para ter certeza se é ou não vegano”, alerta Roseli Siqueira, esteticista e cosmetóloga, de São Paulo.

Cosméticos veganos são melhores para a nossa pele do que os tradicionais? Mito

O fato de ser vegano está relacionado à filosofia de quem usa, o objetivo ético, e não necessariamente à performance do produto. O cosmético ou tratamento ideal para cada um é aquele indicado por um especialista de acordo com o caso do paciente.

“O que muda é a sua responsabilidade, o respeito com o meio ambiente e os animais”, diz a dermatologista Daniela Borges, de São Paulo.

Falando em clean beauty, esses, sim, dispensam alguns ingredientes considerados suspeitos para uso a longo prazo e capazes de provocar irritabilidade, como fragrâncias sintéticas, parabenos, derivados de petróleo e corantes artificiais

Existe retinol vegano? Depende

Um dos ingredientes queridinhos da dermatologia, o retinol original não é vegano. “Também conhecido como vitamina A, é encontrado na forma de retinóide nos tecidos animais. Ele é um micronutriente, parte do grupo das vitaminas lipossolúveis”, informa Daniela.

Entretanto, a ciência já descobriu e sintetizou ativos que exercem funções similares. “Existem versões fabricadas do gérmen de trigo ou dos carotenóides, presente em raízes, folhas, sementes, frutas e flores”, conta Vania.

“Há ainda o que chamamos retinol-like, ativo vegetal que lembra os efeitos dele. Chama-se bakuchiol e é um derivado das folhas e sementes das plantas babchi”, lembra Marcela.

O fato de usar cosméticos veganos está relacionado à filosofia da pessoa, o objetivo ético, e não necessariamente à performance do produto

Não existe glicerina vegana? Mito

Outro clássico dos cosméticos e da saboaria, a glicerina existe em três versões: a derivada de vegetal, de animal e de petróleo.

“Hoje em dia, nós conseguimos fazer o glicerol, que é extraído de óleos o do coco, palma e de soja”, enumera Vania. Vale olhar nos rótulos para checar o tipo.

Maquiagens e cosméticos veganos duram menos? Depende

Os produtos veganos ou clean beauty que não utilizam certos tipos de conservantes sintéticos podem ter o prazo de validade reduzido. Entretanto, a tecnologia já avançou bastante e, dificilmente, o vencimento acontecerá em menos de um ano, por exemplo.

Fotos: Mixxon e hydra

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