Como a tecnologia pode salvaguardar contra mudanças climáticas

As mudanças climáticas têm despertado preocupação global, com desafios como emissões de gases de efeito estufa, derretimento de geleiras e secas. Atualmente, o Rio Grande do Sul, no Brasil, enfrenta uma das maiores catástrofes naturais de sua história devido às intensas chuvas.

Ao longo de 2023 foi desenvolvida a metodologia do ClimateScanner, uma ferramenta de monitoramento de políticas públicas sobre mudanças climáticas e sua relevância é evidente diante do desastre das chuvas que assolou o parte do sul do Brasil.

Essa iniciativa resultou de uma cooperação entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Tribunal de Contas da União (TCU) e Instituições Superiores de Controle (ISC) em todo o mundo.

O objetivo do ClimateScanner é fornecer uma avaliação global das ações governamentais relacionadas às mudanças climáticas, oferecendo uma visão abrangente sobre como os países estão lidando com a crise climática e seus impactos. Isso permitirá identificar e priorizar ações necessárias.

A ação global pelo clima é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, declaração internacional subscrita por 193 países no âmbito da ONU, em 2015. Porto Alegre (RS) Foto: Agência Brasil

As ISC desempenham um papel fundamental nesse contexto. Apesar de suas diferentes atribuições, compartilham a missão de realizar avaliações independentes sobre a aplicação de recursos públicos e o desempenho das políticas públicas.

Assim, podem fornecer informações confiáveis para promover a transparência governamental e aprimorar políticas públicas.

Financiamento

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o PNUD formalizaram na segunda-feira (06) uma parceria para concluírem o projeto.

O banco de fomento vai apoiar com até US$ 1 milhão esta etapa final. O objetivo é ajudar na rápida avaliação das ações governamentais de combate à mudança climática.

ClimateScanner

A ferramenta está organizada sob três eixos:

  • Governança,
  • Financiamento climático e
  • Políticas públicas; e em dois níveis: nacional e internacional.

Os dados são coletados e apresentados de forma padronizada para todos os países e, com isso, permite avaliar tópicos como mecanismos de monitoramento, gestão de riscos, estratégias de mitigação dos efeitos das mudanças do clima e o financiamento climático de cada nação, em comparação com outras mundo afora.

Desenvolvido com linguagem simples, navegação amigável e recursos visuais, a ideia é que a plataforma alcance também uma audiência ampliada, incluindo a sociedade civil e a comunidade internacional, de modo a comunicar às cidadãs e aos cidadãos de que forma os resultados das avaliações do ClimateScanner se traduzem em impactos em suas vidas.

No Brasil, a ferramenta fornecerá ao governo, ao PNUD e à sociedade um diagnóstico dos principais pontos fortes e desafios que o país enfrenta em relação à crise climática, ajudando em um melhor direcionamento de esforços e recursos.

Permitirá também identificar as áreas nas quais os órgãos de controle deverão realizar auditorias mais específicas e aprofundadas.

Os resultados do ClimateScanner serão apresentados ao final de 2024, na 29ª Conferência das Partes (COP) das Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).

Combate à mudança climática

Na metodologia trabalhou um grupo executivo de 17 Instituições Superiores de Controle (ISCs) ao redor do mundo, ligados à Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai, na sigla em inglês), que reúne 195 órgãos de controle do mundo e este ano está sob a condução do Tribunal de Contas da União (TCU) brasileiro

Presidente BNDE Aloizio Mercadante, representante do PNUD no Brasil, Claudio Providas, e o presidente da Intosai e do TCU, ministro Bruno Dantas. Foto: Vinicius Martins/Divulgação BNDES

 “Este acordo está em linha com nossa estratégia de combate à mudança climática e financiamento à transição ecológica justa, com foco em descarbonização”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, na cerimônia de assinatura, em que também estiveram o representante residente do PNUD no Brasil, Claudio Providas, e o presidente da Intosai e do TCU, ministro Bruno Dantas.

Além do apoio financeiro à finalização da plataforma, o documento prevê a disponibilização de técnicos do BNDES especializados em financiamento à resiliência climática para participar do projeto.

Para Mercadante, a interlocução dos técnicos do BNDES com as ISCs permite troca de conhecimentos ” e potenciais aprimoramentos e desafios no sistema de financiamento público”

Com informação do TCU 

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