Na era da sustentabilidade, uma tendência eco-friendly está ganhando destaque no universo das joias. A indústria joalheira está passando por uma transformação significativa, abraçando a reutilização do ouro e aceitando peças antigas como forma de pagamento, não apenas criando peças deslumbrantes, mas também promovendo um ciclo mais consciente e responsável.
A busca por joias sustentáveis está impulsionando uma mudança no paradigma do luxo. Marcas renomadas e artesãos talentosos estão adotando práticas inovadoras, oferecendo aos clientes a oportunidade de transformar peças esquecidas em tesouros modernos.
Essa abordagem não apenas reduz o impacto ambiental da mineração de ouro, mas também preserva a história e o valor emocional das peças antigas.
Reutilização do ouro
A reutilização do ouro é um aspecto crucial desse movimento. Em vez de extrair novos recursos, joalheiros habilidosos estão refinando e remodelando ouro previamente utilizado, garantindo que seu esplendor perdure por gerações.
Esse processo não só diminui a pegada de carbono da indústria, mas também promove uma visão de luxo mais consciente, onde a beleza é combinada com a responsabilidade ambiental.
Além disso, a aceitação de peças antigas como pagamento abre as portas para uma experiência mais personalizada e inclusiva. Os consumidores têm a oportunidade de dar um novo propósito às suas joias herdadas ou antigas, transformando-as em créditos para adquirir peças contemporâneas, criando um ciclo de renovação e valorização da história por trás de cada gema.
A marca de joias 100% autorais Eunoyah confirma tendência de upcycling
Peça usada como pagamento
Recém-chegada ao mercado, em novembro de 2023, a marca Eunoyah tem essa premissa consciente como foco do trabalho.
“Por se tratar de um bem não-renovável, apostamos na reutilização do ouro proveniente de outras joias. Esse metal, tão precioso, pode ser derretido e transformado incontáveis vezes, sem perder a sua integridade e o seu valor”, explica Marcella Helena Bighetti, Diretora Criativa da Eunoyah.
A empresa mostra que a economia circular, além de todos os benefícios que gera para o meio ambiente e para a sociedade, também pode ser aliada aos negócios.
“Abrindo a possibilidade de colocar uma peça usada como parte do pagamento, nós estimulamos a recorrência e fidelização do cliente, e evitamos que joias fiquem paradas, ressignificando-as. Essa é uma tendência, inclusive, em marcas já consolidadas no setor”, conta Evelyn Canalli, responsável pelo departamento operacional da empresa.
Na alta joalheria, o movimento de upcycling sempre foi natural. “Era muito comum ter joias de família que passavam por renovações ao longo do tempo, mas esse serviço perdeu força com a fast fashion, quando as empresas começaram a focar em criar coleções rápidas e temporárias, o contrário do que propomos”, enfatiza Marcella.
Joalheira 100% autoral
A Eunoyah é adepta do slow fashion, ou seja, um movimento que oferece produtos mais duráveis, com produção autoral e em pequenas quantidades.
Faz parte das preocupações sustentáveis da marca garantir que o cliente saiba de onde vem o metal que compõe as peças adquiridas por ele.
Essa tecnologia de rastreio também já é utilizada em outros países e ajuda a tornar a cadeia de metais preciosos mais sustentável.
No caso da Eunoyah, esse processo se dá via blockchain. O cliente recebe um QR code e, com ele, consegue acompanhar todo o processo.
“É a tecnologia a favor da inovação, conferindo muito mais credibilidade aos negócios”, relata Evelyn.