Moda reinventada: O impacto das mudanças climáticas e da tecnologia

Até algumas décadas atrás, as estações do ano seguiam um ciclo previsível: primavera e verão eram sinônimos de calor, enquanto outono e inverno traziam temperaturas mais frias. Esse padrão climático ditava o ritmo da indústria da moda, que lançava suas coleções de acordo com as variações sazonais.

Nos últimos anos, no entanto, as mudanças climáticas alteraram esse cenário, provocando ondas de calor e frio fora de época.

O impacto no setor de moda é significativo: varejistas enfrentam estoques desatualizados e dificuldades para atender às novas demandas dos consumidores. 

Camadas de roupas ajustáveis

Para driblar essa incerteza, a Lojas Renner (LREN3) adotou uma nova estratégia. Segundo o CEO Fábio Faccio, a empresa flexibilizou suas coleções, investindo em peças versáteis para diferentes temperaturas e permitindo sobreposições.

Em vez de casacos robustos, a aposta agora está em camadas ajustáveis, como blusas leves que podem ser combinadas conforme a necessidade do cliente.

“Na moda, buscamos nos adaptar às mudanças nos hábitos das pessoas, que são influenciados pelo clima. Quando ocorrem ondas de calor em períodos tradicionalmente mais frios, ou frio intenso em épocas que deveriam ser quentes, precisamos de maior flexibilidade nas coleções”, afirma Faccio

O setor da moda está diante de um novo desafio: equilibrar estilo, conforto e adaptação ao impacto das mudanças climáticas. Marcas que souberem inovar e oferecer produtos que acompanhem essas transformações terão vantagem competitiva em um mercado cada vez mais imprevisível.

Práticas sustentáveis

Em 2022, a varejista reforçou seu compromisso com a sustentabilidade, lançando um plano de descarbonização até 2050, abrangendo não apenas suas operações diretas, mas também toda a sua cadeia de fornecedores.

Tecnologia impulsionando a moda

Outro fator essencial para a transformação da moda é o uso de tecnologia. A Renner vem investindo fortemente em inteligência artificial (IA) para aprimorar a experiência do consumidor e otimizar suas coleções.

Segundo o CEO, Fábio Faccio, a empresa utiliza IA para analisar tendências vindas das passarelas, redes sociais, cultura pop e comportamento de consumo.

“A tecnologia nos ajuda a identificar, entre milhares de tendências, quais têm maior potencial de serem adotadas pelos nossos clientes. A IA filtra e organiza essas informações, permitindo que a equipe tome decisões mais estratégicas na criação das coleções”, explica Faccio.

Além disso, a automação logística e a IA ajudam a prever a demanda de cada peça, definindo quais modelos terão maior aceitação em cada cidade, ajustando a grade de tamanhos e otimizando os estoques para evitar desperdícios.

Em 2024, a Renner investiu R$ 680 milhões em tecnologia, dados e infraestrutura. Para 2025, a previsão é de R$ 850 milhões, consolidando o uso da inovação para impulsionar a sustentabilidade e a competitividade da marca no setor da moda.

Com informação da Money Times

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *