Curitiba vem, desde o ano 2023, testando táxis e ônibus elétricos, com foco na transição energética pelos múltiplos benefícios. O ônibus elétrico não gera poluição, ruído e tem uma vida útil maior do que o movido a diesel.
Além disso, os ônibus elétricos são movidos por baterias recarregáveis que podem ser abastecidas com energia renovável, como solar ou eólica. São mais confortáveis e mais econômicos do que os ônibus convencionais, que usam diesel ou gasolina.
Por isso a eletromobilidade faz parte do Plano de Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas (PlanClima) de Curitiba. A meta é que até 2030, 33% da frota de ônibus da capital paranaense seja zero emissões, percentual que deve alcançar 100% até 2050.
Até agora, já foram testados sete veículos elétricos das marcas Eletra, Volvo, Marcopolo e BYD. Até o fim do semestre, devem entrar em teste as marcas Volkswagen e Ankai e, no segundo semestre, a Mercedes Benz.
No teste, são avaliados itens como o consumo de energia, cumprimento da autonomia preconizada, níveis de ruídos e o desempenho do ônibus em variadas topografias (aclives, declives e plano).
Eletromobilidade fortalecida
A Urbanização de Curitiba (Urbs) prorrogou por dois anos o edital de chamamento para testes de ônibus elétricos no transporte coletivo da capital. O edital 001/23, cujo prazo para inscrições se encerrou em 1º de março de 2024, foi prorrogado até 1º de março de 2026, com validade para execução dos testes até 30 de novembro de 2026.
O objetivo é poder testar o maior número possível de veículos e modelos dentro do projeto de eletrificação da frota do transporte coletivo.
Recursos
A Prefeitura de Curitiba anunciou que vai comprar mais 54 veículos com recursos de R$ 380 milhões do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal.
Os veículos, articulados, devem circular nas linhas Inter 2 (piso alto) e Interbairros II (piso baixo).
Os recursos previstos no PAC vão bancar tanto a compra dos veículos como a infraestrutura de recarga dos ônibus que será necessária para o funcionamento dos veículos elétricos.
“Este é um avanço importante no projeto de eletromobilidade do transporte coletivo em Curitiba, que vai viabilizar financeiramente a compra dos novos ônibus”, diz Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs).
Nova concessão
Os testes e a performance dos primeiros veículos incorporados à frota servirão ainda de base para a elaboração do novo edital de concessão do transporte coletivo, que já começou a ser preparado pela Prefeitura de Curitiba e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES).
Em abril deste ano, Curitiba e o BNDES começaram os trabalhos para estruturação e modelagem da nova concessão ou Parceria Público-Privada (PPP) do transporte coletivo de Curitiba, que prevê a modernização do sistema, a reestruturação dos serviços de mobilidade da Rede Integrada de Transporte (RIT) e a descarbonização gradual da frota, com forte aposta em ônibus elétricos.
A nova concessão, cujo leilão está previsto para o terceiro trimestre de 2025, será a primeira do país elaborada de forma estruturada, já na sua origem, para reduzir a emissão de gases do efeito estufa com mudança na matriz energética.
Outros investimentos
Para estimular que mais curitibanos troquem o carro pelo transporte coletivo, estão sendo realizados grandes investimentos na rede de transporte público da cidade, que já é referência nacional por seu sistema BRT (Bus Rapid Transit) e pela integração com a Região Metropolitana, com o cidadão pagando uma única tarifa para se deslocar entre as cidades.
O aumento da capacidade e da velocidade da Linha Direta Inter 2 e a adequação e melhoria do itinerário do BRT Leste-Oeste, que integram o Programa de Mobilidade Urbana Sustentável de Curitiba, caminham juntos com o processo de eletrificação da frota de ônibus da capital, informou a prefeitura de Curitiba em nota.