Famílias ribeirinhas do Amazonas tem alcançado grandes resultados com a comercialização por assinatura de pirarucu proveniente de manejo sustentável. No primeiro semestre deste ano com a venda de 4,9 toneladas do pescado faturaram R$ 97. 000.
O Piraruclub criado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) em 2022, foi lançado como forma de incentivar a cadeia produtiva do pirarucu e inclui ações como:
- Investimento na infraestrutura produtiva,
- Gestão da produção,
- Capacitação e gestão de negócios para os manejadores,
- Agregação de valor no mercado
- Comercialização do pirarucu,
- Incentivo ao empreendedorismo e
- Inovação dos negócios comunitários
Tipos de assinatura
Segundo a FAS o modelo de comercialização funciona por meio de três tipos de assinaturas anuais:
- Cota sustentável,
- Cota pirarucu e
- Cota premium.
A depender da cota escolhida, o estabelecimento recebe determinada combos de pirarucu elaborados sob medida, com cortes especiais e de forma mensal.
As assinaturas são direcionadas aos restaurantes, hotéis e empórios da capital amazonense.
Foi uma grande descoberta
Entre os que fizeram a assinatura anual está o hotel de selva Manari Lodge, localizado na região do Lago do Acajatuba, distante 60 quilômetros de Manaus. O local é um dos principais hotéis da região do Rio Negro.
De acordo com a proprietária, Marília Costa, o Piraruclub vai de encontro com o que o estabelecimento defende: a conservação do meio ambiente.
“Pra nós, [o incentivo do manejo sustentável] é até uma obrigação. Como hotel de selva que pratica o turismo, temos que procurar cada vez mais provar que a nossa conduta é realmente sustentável com o meio ambiente. Então foi excelente o surgimento dessa ferramenta. [Percebemos] a melhora na qualidade do pescado porque é um pescado selecionado, ou seja, são os melhores cortes. Os peixes ainda parecem ser bem grandes então a gente aproveita bastante a parte do filé, além da comprovação de procedência garantida que é mais importante pra gente”, comentou a proprietária do Hotel Manati Lodge, Marília Costa em entrevista com a FAS.
A empresária completa ainda que existe o benefício ainda de apoiar os manejadores – aqueles que pescam seguindo as regras de manejo, com respeito ao período do defeso do peixe, que já sofreu risco de extinção.
“Existe uma cadeia onde a gente precisa colaborar desde o manejo até o acompanhamento da forma como esse animal está sendo pescado, capturado no período correto, não no da desova. E o melhor de tudo, é saber que isso vai ajudar lá na ponta as pessoas que trabalham na cadeia produtiva do turismo, que são os pescadores. Então a gente se sente muito bem. [O Piraruclub] só veio a contribuir, foi uma grande descoberta para nós no ano passado”, completou.
A proprietária do restaurante Kilomania, Lilian Guedes, elogiou a qualidade do produto que recebe e a iniciativa do modelo Piraruclub. “Acho a ideia boa para ambos os lados da cadeia produtiva. O produto vem limpo, bem embalado e fresco e ideal para preparação de pratos deliciosos. Poderíamos ter mais iniciativas como essa em outras áreas da gastronomia”, afirmou.
Conexão do empreendedor da floresta com as empresas
Para o gerente do Programa de Empreendedorismo e Negócios Sustentáveis da Amazônia (Pensa) da FAS, Wildney Mourão, muito mais que visibilizar o modelo de organização comunitária que acontece por meio do manejo sustentável nas comunidades ribeirinhas, o Piraruclub é uma interface comercial que gera conexão do empreendedor da floresta com as empresas do segmento gastronômico e hoteleiro.
Se concretiza a importância de se adquirir um produto sustentável da Amazônia, que carrega a origem, o modelo socioambiental e o impacto econômico agrega valor, gera renda e contribui para a conservação do bioma e qualidade de vida pessoas.
O projeto funciona em parceria com a Associação dos Moradores e Usuários da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá, Bradesco, Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas (Sema), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
AGORA ME DIZ
Você inclui o Pirarucu na sua dieta?
Deixe seu comentário, vou adorar saber a sua opinião. E nos acompanhe também no Instagram @focandonopositivo.
Até a próxima!