A indústria da moda está trabalhando na sua tendência mais importante: a sustentabilidade.
Notória pela emissão de gás carbônico na atmosfera, produção de lixo, consumo e poluição da água no mundo, a moda passou a enfrentar o problema e criar soluções para reverter e combater as mudanças climáticas.
Algumas marcas se destacaram em 2021 com inciativas voltadas para o meio ambiente, desde nomes com produção de grande circulação até menores ateliês que já nasceram pensando no cuidado da natureza como parte do trabalho.
Marcas de moda, grandes e pequenas, são mais vocais sobre seu apoio a causas ambientais e seu próprio uso de materiais mais naturais ou reciclados.
A seguir algumas marcas que separou a publicação Marie Claire por suas iniciativas sustentáveis:
Farfetch
A plataforma de tecnologia da indústria de moda de luxo se une ao Projeto Fio, negócio social que atua capacitando mulheres no bordado em comunidades do Rio de Janeiro e leva o selo Positively Farfetch.
Cada peça é bordada por uma das mulheres envolvidas no projeto, em processo colaborativo, com materiais naturais e biodegradáveis, possibilitando a capacitação das bordadeiras que encontram no desenvolvimento da técnica também uma fonte de renda.
A marca trabalha apenas com tecidos naturais, como o linho e algodão, e você pode saber exatamente quem bordou a sua peça.
Gucci
Eno 2021 a Gucci publicou o primeiro relatório de impacto socioambiental e os resultados mostram que a meta foi superada 4 anos antes do previsto. O Relatório de Impacto Equilibrium veio para sintetizar os compromissos da grife com pessoas e o planeta, estes sendo os pilares das ações.
A empresa estabeleceu para si a meta de reduzir seu impacto ambiental em 40% e sua pegada de carbono em 50% entre 2015 e 2025. De 2015 a 2020, alcançou uma redução de 44% e 47%, respectivamente, quatro anos antes. a programação que havia sido definida.
Em 2020, em comparação com 2019, suas emissões de gases diminuíram 17% e seu impacto total em 9%. A Gucci também alcançou no ano passado 93% do consumo de energia renovável em todo o mundo (lojas, escritórios, depósitos, fábricas da empresa) e 95% de rastreabilidade total dos materiais usados.
“Nosso Relatório de Impacto Equilibrium inaugural da Gucci ilustra nossas ações e compromissos de sermos inclusivos, sustentáveis e responsáveis em tudo o que fazemos”, diz o presidente e CEO da Gucci, Marco Bizzarri.
“Superamos nossa meta de reduzir nossa pegada total quatro anos antes, uma conquista que ressalta nosso compromisso com a mudança transformadora. É nossa missão fazer parte da solução para um amanhã melhor e continuaremos a construir um valor autêntico em nossos negócios e no mundo em geral – valor para as pessoas, valor para o clima e valor para a natureza”, completa.
Linus
Nascida a partir da necessidade de uma jovem de 23 anos que sofria com dores no pé, a Linus, marca de lifestyle sustentável que produz sandálias veganas, foi criada de forma despretensiosa, com apenas um objetivo principal: “Precisava ser confortável, atraente e – não menos importante – sustentável”, lembra a fundadora Isabela Chusid.
Menos de três anos depois, esse propósito foi um dos grandes responsáveis por levar a marca brasileira Linus até o cenário da moda internacional, divulgou o portal Elas que lucrem.
Em setembro 2021, as sandálias da Linus estavam nos pés das modelos do desfile de Carlton Jones, na Semana de Moda de Nova York, exatamente por conta das iniciativas sustentáveis.
A Linus é feita de um único material: o PVC ecológico microexpandido.
A firma nasceu também de uma preocupação ambiental. “Ela não leva nenhum outro material para que seja 100% reciclável”, explica Isabela à Vogue.
Na composição da sandália também não há metais pesados e os plastificantes tem origem vegetal.
“É vegana, porque substituímos todos os óleos plastificantes e lubrificantes de origem animal por óleos vegetais”, disse.
Toda a produção acontece no Brasil, o que garante menos emissões de carbono, o fortalecimento da indústria nacional e um relacionamento mais próximo com seus parceiros.
Amaro
Relatórios ambientais tornaram-se exigência para as marcas e a Amaro é uma das que levam o tema a sério. Em conversa com Marie Claire, o fundador Dominique Oliver, explica que estes relatórios, muitas vezes, parecem que são escritos “para não serem lidos”. Com longos blocos de texto, cheios de termos em inglês e muitos números, acabam sendo desinteressantes para um público mais amplo.
A empresa lançou no 2021 relatório de sustentabilidade em formato online, com toda a trajetória da marca em busca de uma cadeia produtiva sustentável explicada de forma divertida, simples, mas assertiva.
Renner
Todas as iniciativas citadas seguem os temas descritos pela sigla ESG, que em inglês significa “environmental, social and governance” (ambiental, social e governança, em português), o que significa redução de impacto ambiental e social em todas as partes do processo produtivo e de trabalho.
“Em 2018 conseguimos materializar publicamente nossos compromissos com relação a ESG. Um deles era ter 100% da nossa cadeia e fornecedores com certificação sociambiental em 2021, outro era ter 75% do nosso consumo de energia vindo de fontes renováveis de baixo impacto. Devemos chegar a 80% ainda este ano”, explica o diretor presidente da Lojas Renner, Fabio Faccio.
Este ano, a marca de fast fashion, anunciou a aquisição do brechó online Repassa, uma startup nativa digital fundada em 2015 com base nas premissas ESG, e que conta atualmente com 300 colaboradores. A plataforma online, com foco exclusivo em moda, estimula o consumo consciente e prolonga a vida útil de roupas, calçados e acessórios em bom estado de conservação, gerando impacto ambiental e social positivo nesse processo.
O conceito de fast fashion surgiu nos anos 90, criando produtos para consumo rápido, excessivo e de menor custo. A aquisição da startup vai na contramão do conceito, trazendo a moda circular para dentro das lojas da marca.
O ponto de partida para a aquisição, foi em 2020, quando a Renner iniciou uma parceria com o Repassa e algumas lojas da varejista passaram a fornecer as “Sacolas do Bem” utilizadas pelos usuários para colocar e enviar ao Repassa as peças a serem revendidas.
“Seja através da revenda, da doação, as nossas marcas, Marfino, Blue Still, Just Be, são as mais vendidas no Repassa. Agora o cliente pode comprar, usar e repassar”, completa Faccio.
Maria Filó
A marca carioca Maria Filó lança mais uma edição da linha Hera. As novas peças chegam nas lojas de e-commerce da marca como um convite para o consumo consciente.
Lançada pela primeira vez em 2018 como uma coleção cápsula, hoje é o recorte sustentável da marca.
“Essa linha surgiu do nosso desejo em reduzir os impactos negativos gerados pela indústria têxtil. Após muitas pesquisas de processos e matérias-primas, desenvolvemos peças atemporais que pudessem permanecer no closet da mulher contemporânea, sem agredir o meio ambiente”, conta a diretora da Maria Filó, Roberta Ribeiro.
Urban Flowers
Vegana, a Urban Flowers já nasce com sustentabilidade como pilar. Além da matéria-prima das peças, a marca de calçados prioriza práticas sustentáveis e de lixo zero.
Desde a escolha do material das lixeiras do banheiro, até a posição solar estratégica para poupar recursos.
A empresa abraça causas como veganismo, feminismo, sustentabilidade e slow fashion.