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Pão: aliado ou inimigo na sua dieta?

Dulce Maria Rodriguez — Wed, 16 Oct 2024 12:23:03 +0000

Para muita gente, o dia só começa depois de saborear um pão quentinho! E não é à toa que ele tem até um dia especial, celebrado em 16 de outubro, o Dia do Pão.

Mas, com tantas dúvidas sobre se é um alimento saudável o não, fica a pergunta: será que o pão é um aliado ou inimigo na nossa dieta? Para ajudar a esclarecer os mitos e verdades sobre esse clássico brasileiro, a Jasmine, referência em alimentação saudável, convidou a nutricionista Karla Maciel para compartilhar dicas valiosas.

Vamos descobrir juntos se o pão deve ser excluído da dieta para emagrecimento?

1- O pão deve ser excluído da dieta para emagrecimento?

Mito. O emagrecimento depende do balanço calórico geral, não da exclusão de alimentos específicos como o pão. Ele pode fazer parte de uma dieta saudável se consumido com moderação e em um plano equilibrado.

Opte por pães integrais, de grãos inteiros ou centeio, que são ricos em fibras e nutrientes e proporcionam maior saciedade. Pães sem glúten são indicados para pessoas com intolerâncias alimentares, como os celíacos.

Evite pães brancos refinados, que têm menor valor nutricional, e recheios calóricos ou gordurosos. Controle porções e frequência de acordo com suas necessidades calóricas.

Para uma dieta equilibrada, combine o pão com proteínas magras (ovos, queijo branco, frango) e gorduras saudáveis (abacate, vegetais). Também é importante balancear o consumo de pão com outros alimentos para evitar picos de glicemia e controlar o apetite.

2- O tipo de pão escolhido interfere no índice glicêmico?

Verdade. Pessoas com diabetes devem optar por pães que ajudem a controlar os níveis de açúcar no sangue e ofereçam nutrientes. As melhores opções incluem:

Pão integral e de grãos inteiros, por suas fibras que retardam a digestão;
Pão de centeio integral, com baixo índice glicêmico e bom teor de fibras;
Pão de fermentação natural, que facilita a digestão e tem menor impacto na glicemia;
Pão de aveia, rico em fibras solúveis que melhoram a saciedade;
Pão sem glúten, como os de farinhas integrais (arroz integral, quinoa), para diabéticos com sensibilidade ao glúten.

3- O valor nutricional do pão francês é o mesmo que do pão de forma?

Mito. O pão francês é feito com menos ingredientes e é considerado mais simples em termos de processamento, enquanto o pão de forma geralmente contém conservantes, açúcar e aditivos.

No entanto, o pão de forma integral, por ser rico em fibras e grãos inteiros, pode ser mais saudável que o pão francês, que tem baixo teor de fibras.

Como o pão é consumido é o que realmente importa, pois, quando feitos com farinha branca, ambos apresentam semelhanças, mas não o mesmo valor nutricional.

4- O pão de forma é uma boa opção para o ganho de massa muscular?

Verdade. O pão de forma pode ser parte de uma dieta para ganho de massa muscular, pois é uma boa fonte de carboidratos, que fornecem energia para os treinos e ajudam na recuperação muscular. Esses macronutrientes são essenciais para repor o glicogênio muscular após os exercícios.

Para potencializar o ganho de massa, combine o pão com fontes de proteína, como peito de frango, atum ou ovos. É importante lembrar que uma dieta balanceada, com ingestão de proteínas recomendada entre 1,4 a 2 gramas por quilo de peso corporal, é fundamental para o desenvolvimento muscular.

Dicas de Ouro:

-Foque na quantidade: Mesmo com pães saudáveis, consuma-os com moderação e sempre combine com proteínas ou gorduras saudáveis para manter o açúcar no sangue estável, retardando a absorção dos carboidratos.

-Leia os rótulos: Evite pães que contêm corantes e conservantes artificiais. Verifique a embalagem para garantir que os produtos que você está comprando são realmente saudáveis.

Com informação da assessoria

Fotos e vídeo: Pixabay

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Dia da Mulher nasceu com luta por pão e paz das trabalhadoras russas

Dulce Maria Rodriguez — Tue, 08 Mar 2022 22:04:07 +0000

O Dia Internacional da Mulher é celebrado de diferentes maneiras mundo afora. Em alguns países é feriado nacional, como na França, Rússia e Nepal. No Brasil, o apelo comercial para a entrega de flores e chocolates divide espaço com marchas e protestos organizados por movimentos sociais.

A data tem origem em uma manifestação organizada por tecelãs e costureiras de Petrogrado, durante a greve iniciada no dia 23 de fevereiro de 1917, na Rússia, por pão e paz. Esse movimento foi o estopim da primeira fase da Revolução Russa.

Quais as raízes históricas do Dia Internacional da Mulher?

Embora seja popularmente associada à morte de trabalhadoras durante um incêndio em uma tecelagem nos Estados Unidos, em 1911, a escolha do dia 8 de março para essa data global se deve a acontecimentos em território russo.

Conforme a professora Cristina Scheibe Wolff, pesquisadora do Instituto de Estudos de Gênero (IEG) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a proposta de uma data que simbolizasse a luta pela igualdade das mulheres partiu da socialista alemã Clara Zetkin, durante o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas., divulgou o Vol.

O evento foi realizado em 1910, em Copenhagen, na Dinamarca. “Clara, até então, não tinha falado em uma data específica. Ela fez a proposta e isso foi aceito no Congresso”, conta Cristina. Na época, as jornadas nas fábricas alcançavam 14 horas por dia, incluindo domingos, e envolviam, além dos homens, mulheres e crianças.

“Muitas mulheres tinham jornadas penosas e era comum que houvesse reivindicações por melhores condições de trabalho, além do direito ao voto”, pontua pesquisadora.

A data só foi formalizada após uma greve em meio à guerra em 1917, quando as mulheres russas exigiram “pão e paz” — e quatro dias após a greve o czar foi forçado a abdicar, e o governo provisório concedeu às mulheres o direito ao voto.

A greve das mulheres começou em 23 de fevereiro, pelo calendário juliano, utilizado na Rússia na época. Este dia corresponde a 8 de março no calendário gregoriano — e é quando é comemorado hoje.

Esse cenário de exploração levou a manifestações em diversas partes do mundo.

Qual a relação do famoso incêndio em Nova York com a data?

De fato, acrescenta Cristina, houve mesmo um incêndio que vitimou mais de 125 mulheres, com idade entre 13 e 23 anos, na Triangle Shirtwaist Company, em Nova York, em 1911.

A jornada de trabalho dessas mulheres era entre 12 e 14 horas por dia e o salário era de 6 a 10 dólares por semana, além das moças serem, em sia maioria imigrantes.

No entanto, isso ocorreu dentro do contexto de mobilizações protagonizadas pelas operárias, não sendo considerado o fato que desencadeou a criação do Dia Internacional da Mulher.

“E isso também não ocorreu em 8 de março, mas no dia 25 de março”, reforça a professora.

Foi apenas em 1975 que o Dia Internacional da Mulher foi adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A data é considerada pelo movimento feminista como um dia de luta por direitos.

Por que o Dia Internacional da Mulher é importante?

Testemunhamos um retrocesso significativo na luta global pelos direitos das mulheres no ano passado. O ressurgimento do Talebã em agosto mudou a vida de milhões de mulheres afegãs — meninas foram banidas do ensino médio, o Ministério para Assuntos da Mulher no país foi dissolvido e muitas mulheres foram instruídas a não voltar ao trabalho publicou a BBC News Brasil.

No Reino Unido, o assassinato de Sarah Everard por um policial em serviço reacendeu os debates sobre a segurança feminina.

A pandemia de covid-19 também continua a ter impacto nos direitos das mulheres. De acordo com o Global Gender Gap Report 2021 do Fórum Econômico Mundial, o tempo necessário para acabar com a disparidade global de gênero aumentou em uma geração, de 99,5 anos para 135,6 anos.

Um estudo de 2021 da ONU Mulheres com base em 13 países mostrou que quase 1 em cada 2 mulheres (45%) relatou que ela própria ou uma mulher que conhecem sofreram alguma forma de violência durante a pandemia.

Isso inclui o abuso que não é físico, sendo o abuso verbal e a negação de recursos básicos os mais comuns relatados.

No México, grupos de mulheres transformaram grades de metal, erguidas para proteger o Palácio Nacional, em um memorial improvisado para as vítimas de feminicídios.

Em paralelo, mulheres na Polônia realizaram protestos em todo o país após a introdução de uma proibição quase total do aborto em janeiro de 2021.

Ativistas do direito ao aborto celebraram a descriminalização do aborto na Colômbia até 24 semanas de gravidez

Atualmente são diferentes mobilizações que buscam chamar atenção do público para a luta contra a desigualdade de direitos, a violência contra a mulher, e a demanda por direitos trabalhistas e reprodutivos.

Nesta vez, além de demandas contra a violência de gênero, as mulheres também pediram conscientização sobre a situação das mulheres ucranianas e o fim da guerra.

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