Arquivos povos indígenas - Focando No Positivo https://www.focandonopositivo.com.br/tag/povos-indigenas/ A coragem de enxergar diferente Fri, 19 May 2023 11:28:26 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7 https://www.focandonopositivo.com.br/wp-content/uploads/2022/08/cropped-focando-no-positive_lente-32x32.png Arquivos povos indígenas - Focando No Positivo https://www.focandonopositivo.com.br/tag/povos-indigenas/ 32 32 195204525 Por que no Brasil o Dia do Índio passa a ser chamado Dia dos Povos Indígenas? https://www.focandonopositivo.com.br/por-que-no-brasil-o-dia-do-indio-passa-a-ser-chamado-dia-dos-povos-indigenas/ https://www.focandonopositivo.com.br/por-que-no-brasil-o-dia-do-indio-passa-a-ser-chamado-dia-dos-povos-indigenas/#respond Wed, 19 Apr 2023 13:32:39 +0000 https://www.focandonopositivo.com.br/?p=3773 Pela primeira vez, o Brasil celebra neste 19 de abril o “Dia dos Povos Indígenas” – e não mais o “Dia do Índio”, como a data era conhecida até o ano passado. A mudança foi oficializada em julho de 2022 com a aprovação da Lei 14.402. Há anos, defensores das causas indígenas já argumentavam que […]

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Pela primeira vez, o Brasil celebra neste 19 de abril o “Dia dos Povos Indígenas” – e não mais o “Dia do Índio”, como a data era conhecida até o ano passado. A mudança foi oficializada em julho de 2022 com a aprovação da Lei 14.402.

Há anos, defensores das causas indígenas já argumentavam que a data, que marca a luta dos povos originários pela sobrevivência desde a colonização do Brasil até os genocídios modernos, deveria ser chamada de “Dia dos Povos Indígenas”.

De acordo com a professora e doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) Márcia Mura, a alteração era necessária para refletir as ideias e lutas das diversas sociedades indígenas.

Índio é um termo genérico, que não considera as especificidades que existem entre os povos indígenas, como as especificidades linguísticas, culturais e mesmo a especificidade de tempo de contato com a sociedade não indígena.

O termo índio foi socialmente ligado a pessoas primitivas. Portanto, não é legal se referir a povos indígenas como índios. Foto: Sebastião Salgado

Índio ou indígena

Segundo Mura, o termo índio reproduz a visão do colonizador que remete à ideia eurocêntrica de que os indígenas são atrasados e iguais, desconsiderando as diferenças linguísticas e culturais.

O termo índio foi socialmente ligado a pessoas primitivas. Portanto, não é Legal se referir a povos indígenas como índios.

Em contrapartida, “indígena” é uma palavra que significa “natural do lugar em que vive”. O termo exprime que cada povo, de onde quer que seja, é único.

O escritor indígena, doutor em educação pela Universidade de São Paulo e pós-doutor em Linguística pela Universidade Federal de São Carlos Daniel Munduruku também acredita que a palavra “índio” “esconde toda a diversidade dos povos indígenas”.

“A palavra ‘indígena’ diz muito mais a nosso respeito do que a palavra ‘índio’. Indígena quer dizer originário, aquele que está ali antes dos outros”, explicou o autor em entrevista à BBC News Brasil.

Munduruku pertence ao povo indígena de mesmo nome, que está situado em regiões do Pará, Amazonas e Mato Grosso.

A mudança do nome da celebração tem o objetivo de explicitar a diversidade das culturas dos povos originários.  Foto: Sebastião Salgado

Individualidade dos povos

A mestra em Linguística Aplicada pela PUC-SP Maria Vitória Berlink defende que o movimento de adoção ao termo “indígena” é significante porque representa a exposição das individualidades dos povos.

“Os colonizadores portugueses e espanhóis, principalmente, usavam a palavra ‘índio’ para qualquer povo originário que encontravam pelo território. É um termo raso, que não considera qualquer traço individual destes povos. O que estes mesmos povos tentam fazer agora é tomar para si o direito de se definirem e de mostrar que são mais do que o termo exprime”, explica.

O estereótipo do ‘índio’ alimenta a discriminação, que, por sua vez, instiga a violência física e o esbulho de terras, hoje constitucionalmente protegidas. Foto: Sebastião Salgado

Para além da nomenclatura, Márcia Mura ressalta a necessidade de respeitar a identidade cultural individual de cada povo e tratar as etnias pelo nome.

“Quando dizemos que não somos índios, queremos dizer que somos Mura, Uruéu-Au-Au, Guarasugwe, todos habitantes do território Pindorama, que é como os Tupinambá chamam o que os colonizadores deram o nome de Brasil, mas diferentes”.

O debate sobre como os não indígenas devem se referir aos povos originários acontece entre os próprios povos, e a professora diz que há quem se conforme com o uso do termo cravado pelos espanhóis.

“É preciso lembrar que muitos povos sofreram tentativa de apagamento desde a chegada dos colonizadores. Tentaram apagar nossas línguas, nossas culturas e nossas memórias, e deixaram para nós este termo cheio de estereótipos”, lamenta.

Dia para reivindicar e não comemorar

Apesar da ideia de que o dia 19 de abril é um dia para celebrar os povos indígenas, Márcia Mura defende que não é de comemoração, mas de reivindicação.

“Não temos o que comemorar, porque ainda precisamos reivindicar e pautar nossas lutas. Lutamos todos os dias pelo nosso território, pela nossa cultura e pelo direito de viver como vivemos, quando existe uma sociedade que está nos matando pouco a pouco”.

De janeiro a dezembro de 2022, o acumulado de alertas de desmatamento na Amazônia Legal foi de 10.267 km², segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Essa foi a pior marca da série histórica anual do Deter, o sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real do instituto.

Foto: Sebastião Salgado

“Estamos perdendo nossas terras para estradas, hidrelétricas, termelétricas, pastos e para a mineração ilegal. Não podemos comemorar enquanto tentamos sobreviver”, diz a professora.

Márcia Mura enfatiza o direito de demarcação dos territórios dos povos indígenas. Lembra também que todo território nacional é indígena e que o cuidado com a terra é de responsabilidade de todos.

Os povos cuidam da floresta e dos rios, mas os não indígenas também precisam cuidar. Eles também vão ser afetados se faltar chuva, se os biomas forem destruídos. Todos os biomas são importantes e são ligados aos outros. Tudo está interligado e nós estamos ligados a este ambiente.

Com informação do G1 e Agência Brasil

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DJ Alok leva cultura dos povos indígenas na sede da ONU https://www.focandonopositivo.com.br/dj-alok-leva-cultura-dos-povos-indigenas-na-sede-da-onu/ https://www.focandonopositivo.com.br/dj-alok-leva-cultura-dos-povos-indigenas-na-sede-da-onu/#respond Sat, 17 Sep 2022 13:35:34 +0000 https://www.focandonopositivo.com.br/?p=2584 O rooftop do edifício das Nações Unidas, em Nova York, chamou a atenção nesta sexta-feira (16) com um misto de sons, cores e muita vida. Ao lado de artistas indígenas, o DJ brasileiro Alok realizou uma apresentação para promover a pauta ambiental e a cultura ancestral de povos originários do Brasil durante a 77ª Assembleia Geral. […]

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O rooftop do edifício das Nações Unidas, em Nova York, chamou a atenção nesta sexta-feira (16) com um misto de sons, cores e muita vida. Ao lado de artistas indígenas, o DJ brasileiro Alok realizou uma apresentação para promover a pauta ambiental e a cultura ancestral de povos originários do Brasil durante a 77ª Assembleia Geral.

O DJ Alok gravou uma performance ao lado de artistas indígenas para o seu mais novo albúm, que será lançado no próximo ano, com a promessa de levar a voz dos povos da floresta para o mundo.

“O futuro pode ser tecnológico e sustentável, mas para isso precisamos ouvir a voz da floresta e co-criar as soluções junto com essas vozes”, disse o artista, que também é presidente do Instituto Alok , que apoia ações sociais, culturais e ambientais no Brasil, na África e na Índia.

Participaram da gravação indígenas como Mapu Huni Kuî, Owerá MC, o Grupo Yawanawa, Rasu Yawanawa e outros. “O que a gente fez com Alok foi gravar a nossa música para passar de geração em geração, porque um dia isso seria preciso para compartilhar com os homens que não têm conhecimento do que é a floresta”, explicou Yawanawa.

O futuro é ancestral

A performance faz parte da programação que marca o lançamento do programa “O Futuro é Ancestral”, iniciativa do Instituto Alok, uma associação sem fins lucrativos criada pelo DJ e produtor musical, e do Pacto Global, plataforma da ONU que estimula empresas a adotarem práticas que promovam o crescimento sustentável e a cidadania; do qual a Globo é signatária.

Apresentação ocorreu durante a Assembleia Geral das Nações Unidas para marcar lançamento de programa em parceria com o Pacto Global

O novo álbum, batizado de “Futuro Ancestral”, terá 100% do lucro revertido para a causa indígena.

Além disso, o processo de gravação dos singles e os bastidores foram filmados pela produtora de entretenimento de impacto Maria Farinha Filmes para dar luz a um outro projeto de Alok: um documentário que investiga a potência desse encontro.

“Desde que tive contato com a cultura dos povos originários, entendi a importância da preservação e disseminação de seus conhecimentos e de desconstruirmos conceitos, crenças e narrativas que contaminam a visão que adultos e jovens do meu país, e de todo o mundo, têm sobre os indígenas”, ressalta Alok.

O músico Mapu Huni Kuin e o DJ Alok durante as gravações do novo álbum, em Sonasterio, MG. — Foto: Mila Petrillo/Divulgação

Painel para a ressignificação do imaginário

Durante o encontro, empresas, instituições e especialistas irão compor um painel de debates sobre como a indústria do entretenimento pode contribuir para a ressignificação do imaginário sobre a identidade dos povos originários e sua importância para a co-criação de um futuro justo e sustentável, dentro do contexto desafiador das mudanças climáticas.

O objetivo é discutir com empresas, instituições e especialistas como integrar a cultura dos povos indígenas nas soluções de combate à crise climática e de que forma a indústria do entretenimento pode entrar nesse processo, ajudando na promoção do crescimento sustentável e da cidadania.

Fundo ancestrais para fortalecer cultura

Após o painel, as duas organizações assinam uma parceria para a criação do “Fundo Ancestrais do Futuro”, destinado a apoiar a produção de cinema, música, games e Web com o protagonismo dos próprios indígenas, além de programas baseados no uso de tecnologia para o bem-estar dos povos da floresta e na preservação da biodiversidade. A ação na ONU também é apoiada pelo Greenpeace.

A ideia do fundo é convidar empresas, ONGs e sociedade a contribuírem na criação de uma plataforma que fortalece a cultura e identidade dos povos originários.

Alok se apresenta na sede da ONU em Nova York nesta sexta (16) — Foto: Alex Carvalho/tvglobo

“A partir daí vamos apoiar financeiramente projetos culturais e tecnológicos. Os indígenas são menos de 5% da população mundial, mas são responsáveis pela proteção de aproximadamente 80% da biodiversidade global, ou seja, temos muito o que aprender com eles no âmbito da crise climática”, destacou Alok.

Time de peso

Um time de peso participou dos debates: jovens indígenas como Eric Terena, membro idealizador da Mídia Índia e integrante da Youth4Climate, Samela Sateré-Mawé, comunicadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e ativista do Fridays for Future Brasil, e Kamikia Kisedje, fotógrafo e cineasta ambiental.

Além disso, estiveram presentes também o cientista Carlos Nobre, Marcos Nisti, cofundador da Maria Farinha Filmes, Carolina Pasquali, diretora executiva do Greenpeace Brasil, Patricia Ellen, empreendedora da economia verde e sócia da Systemiq e da Aya Initiative, o próprio Alok, fundador do instituto que leva seu nome e dedica recursos a diversas causas sociais, e Cris Bartis, co-fundadora da Plataforma Mamilos de Diálogo.

Performance ao lado de artistas indígenas faz parte do mais novo album do DJ — Foto: Dave Kotinsky / Getty Images

Com informação do G1

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Estudantes inventam teclado para escrever línguas indígenas da Amazônia https://www.focandonopositivo.com.br/estudantes-inventam-teclado-para-escrever-linguas-indigenas-da-amazonia/ https://www.focandonopositivo.com.br/estudantes-inventam-teclado-para-escrever-linguas-indigenas-da-amazonia/#respond Wed, 31 Aug 2022 21:30:18 +0000 https://www.focandonopositivo.com.br/?p=2513 Os estudantes Samuel Benzecry e Juliano Portela, de Manaus (AM), desenvolveram um teclado digital que pode ser usado para escrever em mais de 40 línguas indígenas da Amazônia. Batizado de Linklado, o teclado digital está disponível para Windows e smartphones Android.  O software reúne caracteres especiais (como ʉ e ɨ) e diacríticos — sinais gráficos […]

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Os estudantes Samuel Benzecry e Juliano Portela, de Manaus (AM), desenvolveram um teclado digital que pode ser usado para escrever em mais de 40 línguas indígenas da Amazônia.

Batizado de Linklado, o teclado digital está disponível para Windows e smartphones Android.  O software reúne caracteres especiais (como ʉ e ɨ) e diacríticos — sinais gráficos acrescentados a uma letra para mudar a sua pronúncia, como é o caso de ü̃ ou ʉ̀.

Samuel e Juliano decidiram criar o teclado após participarem da Olimpíada Internacional de Linguística, quando tiveram de escrever um artigo numa língua indígena. Eles se depararam com a dificuldade de realizar a tarefa, pois não encontravam os caracteres especiais e sinais gráficos em nenhum teclado físico ou virtual.

Software que reúne caracteres especiais e diacríticos de mais de 40 línguas indígenas da Amazônia. (Foto: Divulgação/ Apps Microsoft)

A dificuldade também é enfrentada pelos povos indígenas, que, ao se comunicar por meio do celular, precisam improvisar substitutos para os caracteres especiais ou recorrer apenas a áudios. Essa limitação pode representar uma ameaça para determinadas línguas indígenas, pois dificulta sua sobrevivência e passagem a novas gerações.

Tecnologia facilita a comunicação

Samuel e Juliano desenvolveram um protótipo de teclado inclusivo em apenas um dia. E não demorou muito para que chamassem a atenção de pesquisadores. O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), por exemplo, assumiu a consultoria técnica e mapeou as línguas nativas mais ameaçadas na região.

Os idealizadores do Linklado são o estudante da Universidade de Stanford (EUA), Samuel Benzecry, e o estudante do ensino médio em Manaus, Juliano Portela

Disponível para o Windows e dispositivos androides, o Linklado abraça diversas línguas indígenas, mas especialmente a Tïcuna (ou Tïkuna), que é falada por aproximadamente 40 mil pessoas no Brasil, Peru e Colômbia.

“Aparelhos androides podem ser postos na língua Kaingang ou Nheengatu, mas isso não resolve o problema de línguas que utilizam sinais diacríticos como ü̃, muito usado na Tikunal”, afirma Samuel, que agora cursa estudos da terra na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

O projeto inovador dos jovens surpreendeu a bióloga, doutora em recursos naturais e professora Noemia Kazue Ishikawa, que já há alguns anos vinha tentando mudar o cenário de inclusão e educação dos povos indígenas amazonenses.

Noemia fez a ponte dos alunos com o Instituto e a colega pesquisadora Ana Carla Bruno, que acabou abraçando o projeto. “É um instrumento de poder nas mãos dos povos indígenas, tendo em vista que agora eles poderão produzir seus próprios textos, histórias e narrativas”, explica a antropóloga e linguista.

Teste do Linklado na aldeia Tuyuka (AM). Foto: Instagram

Samuel Benzecry reforça que no Amazonas existem mais de 52 línguas vivas e elas fazem parte de uma riqueza linguística que sofre graves ameaças. “A lenta morte de várias dessas línguas causada por glotocídio [marginalização de uma língua em favor de outra] resulta no desaparecimento gradual e genocídio.”

Fácil de usar

Segundo os criadores a interface é simples e fácil de usar. Além disso é compativél com vários dispositivos.

Para usar o Linklado em aparelhos Android, é preciso fazer o download gratuito pelo Play Store. O aplicativo substitui o teclado padrão pela versão que inclui os caracteres especiais e diacríticos.

 Já a versão adaptada a computadores, disponível na Microsoft Store, traz uma pequena janela somente com os caracteres especiais e diacríticos. Ela permanece sobre a tela e é usada em conjunto com o teclado físico.

Dia da definição da primeira logo oficial do Linklado. Foto: Instagram

Com informação de Um só planeta

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