Tendencia ecológica: conheça uma casa “verde”

Com o risco cada vez maior do esgotamento dos recursos naturais, diversas áreas produtivas têm procurado formas de fazer a sua parte para a preservação do meio ambiente. Com a arquitetura não é  diferente.

Por isso, surgiu o termo “arquitetura sustentável”, que diz respeito aos projetos que visam diminuir seu impacto ambiental ao mínimo, usando fontes renováveis de energia e diversas estratégias.

As casas “verdes” ou ecológicas são um exemplo desse tipo de arquitetura e vêm cada vez mais passando de planta para projeto. Escolher por construir uma casa “verde”, é optar pelo bem-estar pessoal e o bem do meio ambiente.

Algumas características dos projetos ecológicos e sustentáveis contemplam o reaproveitamento da água das chuvas, uso de energia solar, telhados verdes, iluminação natural, construção rápida e com otimização de materiais, reutilização e reciclagem de recursos.

Casas ecológicas são construídas de modo que a luz do sol seja a principal fonte de energia do recinto, com painéis solares e conversores, toda luz solar é convertida em energia e armazenada para o consumo noturno, já que durante o dia, a estrutura da casa permite que a luz solar acesse todos os cômodos iluminando-os, poupando lâmpadas e, ventilando o local, dispensando ar-condicionado ou ventiladores, divulgou o portal Ciclovivo.

Casas verdes utilizam materiais recicláveis e reutilizáveis que agridem menos o meio ambiente. Fotos: João Carranca | Madeiguincho

Se compararmos uma casa ecológica com uma casa convencional, a casa ecológica apresenta diversas vantagens, entre elas, o preço que é relativamente menor, e, o tempo de construção menor. 

Menos é mais

Adotar a filosofia de que menos é mais e viver de maneira mais leve e simples se torna fácil dentro de um espaço projetado especialmente para esta escolha. Esta é a ideia por trás da casa Adraga, uma  mini casa (Tiny house, em inglés) sobre rodas projetada pela Madeiguincho, empresa familiar portuguesa que une arquitetura e marcenaria.

A empresa projeta e produz mini casas personalizadas. A Adraga foi construída para um casal de aposentados, unindo não só conforto e facilidade, mas a preocupação em criar uma conexão maior com a natureza, já que os moradores queriam se desconectar do ritmo frenético da cidade e se reconectar com um modo de vida mais simples e natural.

Para isso o projeto inclui sistemas de coleta de água de chuva, espaço para compostagem e energia solar.

Olhando por fora são 7 metros de uma estrutura revestida em madeira. Gonçalo Marrote, arquiteto e CEO da Madeiguincho, explica que a ideia é integrar a casa com os canteiros e a área de compostagem – os próximos passos do projeto.

Dessa forma o casal terá fácil acesso aos alimentos produzidos e ao adubo orgânico que vai ser usado no cultivo.

Se para muitos morar em pequenos espaços é a única opção possível, para outros é um estilo de vida. Fotos: João Carranca | Madeiguincho

Com grandes portas envidraçadas, uma extremidade da casa se abre completamente para o exterior nos dias de calor, evitando o uso de ar condicionado. 

Com temperaturas baixas, os vidros permitem a entrada de luz natural, reduzindo assim a dependência de iluminação artificial e o consumo de energia.

Casas verdes e ecologicamente corretas vêm se tornando comuns na hora de se planejar um ambiente que vise minimizar os impactos ambientais. Fotos: João Carranca | Madeiguincho

Todas as necessidades elétricas são abastecidas por painéis solares, instalados no telhado e voltados para o sul. As placas ainda podem ser ajustadas para uma inclinação de 30%, o que maximiza a produção de energia renovável ao longo de todo o ano.

A energia produzida é então armazenada para uso posterior. 

Optimizar os espaços

No interior, o objetivo é otimizar ao máximo os espaços de convivência e armazenamento, com móveis multifuncionais e espaços para guardar as coisas inseridos em diversos lugares, garantindo fácil acesso a tudo, sem prejudicar a decoração.

Dois exemplos são o sofá da sala de estar, que tem espaço de armazenamento na parte inferior, e a mesa de jantar dobrável que pode aumentar ou diminuir de tamanho de acordo com a quantidade de pessoas.

O “sofá-baú” pode ser usado tanto como cadeira para um jantar como se transformar numa cama extra de hóspedes, com a mesa de jantar deslocada para o lado.

O espaço da cozinha também é otimizado com ideias de design simples, mas bastante eficazes. O fogão fica embutido no balcão e pode ser coberto com uma tábua grossa de madeira, garantindo mais espaço na bancada.

O desafío é integrar o conforto à sustentabilidade. Fotos: João Carranca | Madeiguincho

As escadas têm degraus largos para facilitar o acesso ao quarto, mas também funcionam como um armário embutido, graças aos espaços de armazenamento incluídos sob os degraus.

A cama é grande e mostra que a vida em uma mini-casa não é sinônimo de desconforto. Quem ainda tem alguma dúvida, pode dar uma olhada no banheiro, com uma área de ducha bem especial.

Fotos: João Carranca | Madeiguincho

Todos os recursos fazem com que “cada pequena casa se torne um organismo vivo móvel totalmente sustentável”, afirma o escritório Madeiguincho.

O movimento das mini casas (Tiny Houses, em inglês) já existe há muito tempo, mas a procura aumentou no último ano com a pandemia, segundo a arquiteta Camilla Pereira, do escritório Porto Quadrado.

Uma educação voltada para a consciência ecológica e a convivência com a natureza formam o alicerce para que as futuras gerações vivam mais harmoniosamente. É ainda um caminho longo a ser percorrido, mas que passo a passo vem sendo conquistado.

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