Minha mãe, Carmen Nunez de Rodriguez, nasceu em Barcelona uma cidade do interior da Venezuela, formou-se como professora e mudou-se para a capital com sua tia Otília. Superou muitos desafios até se formar como advogada. Algum tempo depois ela se casou com Luis, meu pai, o grande amor de toda sua vida.
Nesta sexta-feira 16/7 minha mãe faria 86 anos e para honrar sua memória decidi fazer o lançamento da minha Revista Digital Focando no positivo hoje. Junto a meus filhos Andrés Payema Rodriguez e Diego Payema Rodriguez desejo exaltar sua luta como profissional e seu legado como mãe e esposa. A seguir um pouco da historia dela.
Pela manhã ela atuava como advogada, sempre bonita, unhas feitas e cabelo penteado no salão. À tarde, ministrava aulas de ensino básico e pela noite era mãe e esposa.
Na época, ficar em casa para cuidar dos filhos ou marido era o normal, mas, para Carmen não. Ela decidiu assumir várias funções ao mesmo tempo. Desenvolveu sua carreira, atendeu os afazeres maternos, cuidou da casa e como mulher, esteve sempre poderosa e arrumada. Equilibrar tudo isso foi um desafio, mas ela deu o seu melhor por onde passou.
Quando eu era criança ela sempre estava ocupada trabalhando, anos depois entendi por que ela estava ausente. Para ela, satisfazer as nossas necessidades e dar-nos a melhor vida possível foi sua forma de expressar quanto nos amava. Mas, as vantagens disso tudo é que seu exemplo formou meu olhar do rol feminino na sociedade.
Mudando concepções
Ela nos ensinou que estudar era o caminho para sair em frente na vida e por isso tínhamos que nos esforçar, na real, estudar e fazer esporte, era o único que meus dois irmãos, Mariby e Karluis, e eu tínhamos para fazer.
Ela era extremadamente sociável, falava com todo mundo e fazia amigas em minutos. Com seu jeito gentil, se ganhava o carinho das pessoas. Desde moça tinha um grupo de amigas que acompanharam ela até o dia da sua morte.
Junto com suas amigas formou um grupo de beneficiencia para ajudar aos mais vulneráveis. No dia de sábado, costumava se reunir com elas para orar, compartilhar e planejar ações de caridade nos hospitais. Elas faziam doações de alimentos nas igrejas e insumos nos hospitais, para ajudar a quem mais necessitava.
Ela foi o meu modelo de força, sabedoria e mulher independente. Lutava pelos seus objetivos com dedicação até conseguir. Ela não renunciou a si própria nem a seus sonhos, porém, participou ativamente da vida de seus filhos com muita alegria. Minha mãe com seu amor incondicional e sabedoria foi o fio que conectou a família.
Mulher profissional, guerreira que deixou um legado de amor e muitos ensinos sobre honestidade, respeito ao próximo, lealdade, fé em Deus, compreensão, aceitação e sobre tudo de amor a seu esposo e filhos.