A Amazônia, além de abrigar a maior floresta tropical do planeta, é um dos grandes ativos de potencial econômico que o Brasil tem.
Nesse momento, a economia, empregos e o desenvolvimento do estado Amazonas, onde está contida grande parte da floresta amazônica, está em risco. A competitividade da Zona Franca de Manaus (AM), conhecida como o Polo Industrial do Amazonas, está sendo ameaçada pelo decreto que o governo publicou na quinta-feira 28 de abril, que extingue o incentivo tributário para os fabricantes.
O decreto reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 35% no Brasil e, também, zerou o mesmo tributo para o polo de refrigerantes do Manaus.
A diversificação da renda e o dilema entre a conservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico ganham vital importância para a região. Mas não é por meio do uso irresponsável e ilegal que esse bioma pode ser melhor aproveitado apunta a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) en seu blog.
Marcado por recordes de desmatamento e queimadas, o atual momento esconde as imensas riquezas naturais da floresta e como elas podem ser exploradas economicamente de forma sustentável.
Com o manejo correto desses recursos é possível ter uma Amazônia que seja uma salvaguarda para o planeta e que garanta o sustento para quem mora na região destaca a publicação.
Bioeconomia
A partir de iniciativas sustentáveis, a bioeconomia é um forte motor de renda na floresta amazônica, produzindo farinha, açaí, guaraná, pirarucú e artesanato. Sem contar que esse enorme depósito natural traz oportunidades para a produção de bioprodutos, biofármacos e bioinsumos, por exemplo.
Ainda assim, vários mitos e distorções cercam a exploração econômica da região.
Confira abaixo quatro perguntas que segundo a FAS, ajudam a entender o porquê da floresta valer mais em pé do que derrubada.
Verdades e mentiras sobre a exploração da Amazônia
1- É possível explorar recursos da Amazônia sem degradar o bioma?
SIM. E um dos exemplos desse uso sustentável é a pesca controlada, responsável por tirar o pirarucu, espécie nativa, da ameaça de extinção.
O manejo sustentável permitiu que o produto se tornasse fonte de renda para 217 famílias que residem em 11 comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá. Só em 2021, o faturamento bruto no local foi de mais de R$423 mil.
A FAS realizou a primeira edição da Feira do Pirarucu em abril deste ano em Manaus. Foram comercializadas 5 toneladas de pirarucu manejado, provenientes da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá, localizada no município de Fonte Boa, a 678 km da capital amazonense.
2- Desmatar é o caminho para desenvolver?
NÂO. Prova disso são as Unidades de Conservação, que, ao mesmo tempo em que proporcionam geração de renda para quem vive na floresta, conservam a riqueza do bioma em biodiversidade. A Comunidade do Tumbira, que fica na RDS do Rio Negro, é um modelo de gestão responsável da sóciobiodiversidade local.
A partir do ecoturismo, a comunidade garante renda sustentável para seus moradores. Empreendedores locais disponibilizam pousadas para receber visitantes, além de apresentarem artesanato e gastronomia regional.
3- Ter áreas de proteção na Amazônia significa que a região está fora de perigo?
NÂO. As áreas de proteção são apenas uma das formas de garantir o uso sustentável dos recursos naturais da Amazônia. Elas são a base da conservação da biodiversidade local, mas sozinhas não fazem o trabalho todo. É necessário também prover renda para quem vive nessas regiões.
Somente com o sustento garantido é que os povos da floresta podem afirmar seu desejo pela conservação. Quando são oferecidas alternativas de emprego que não envolvam o crime de desmatamento, as pessoas não desmatam.
4- Áreas Protegidas têm menos desmatamento do que o resto da floresta?
SIM. Dados mais recentes sobre queimadas no Amazonas mostram que nas 16 Unidades de Conservação (UCs) onde a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) atua houve uma redução de 75% nos focos de calor em comparação com o ano passado.
A redução foi maior que a média registrada no estado do Amazonas, de 45% em relação ao mesmo período do último ano.